Vã ilusão!
E agora me perguntam se eu não fico triste por não estar rica tantos anos depois de formada e com o bendito exame da OAB em “ordem”. Pois, não estou nem uma coisa, nem outra.
Faltou-me esperteza para enriquecer a custa de ser uma advogada culta, faltou-me sabedoria para saber que diferença cultural valia muito neste País e, principalmente, faltou-me vontade de iludir pessoas de conhecimentos parcos com os meus conhecimentos jurídicos.
Se eu fui tola? Claro que fui. Deixei muitas pessoas bem à custa da minha ilusão acerca da “honestidade” humana e hoje estou onde estou. Se me arrependo? Talvez, mas, certamente, seria muito pior enganar pessoas inocentes do que não lucrar à custa delas.
Durmo com minha consciência tranquila e não preciso orar a Deus para pedir perdão por ter mentido ou enganado quem teve menos privilégios educacionais, acadêmicos e culturais do que eu.
Dinheiro é bom, poder comprar a bolsa que a gente ama, usar joias caras, andar com um carro chique e bem vestida tem suas benesses, mas, principalmente, surge uma indagação: a custa de que?
A custa de deixar os bons princípios de lado, a custa de legar ao esquecimento a educação que tive e o bom caráter que predomina em mim? Não, sendo assim, não vale a pena, jamais valerá.
A gente aprende a viver com pouco, mas acho quase impossível uma pessoa de boa índole viver com a consciência pesada e com o bolso cheio. Dinheiro, conforto e riqueza são atraentes, mas não são “tudo”, muito pelo contrário! É uma vã ilusão pensar de forma diferente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 25 de agosto de 2013.
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