Momentos extremos

Momentos extremos

Se eu deixei momentos marcantes, especiais e inesquecíveis para trás? Sim, eu deixei. Se alguma vez eu me arrependi de ter deixado quem me fazia plenamente feliz no meu passado? Sim eu me arrependi. 

Todavia, se eu deixei momentos péssimos e de tristeza imensa e profunda no meu passado? Sim, eu também deixei. No meu “ontem” se encontram os extremos: a felicidade genuína e inominável e a tristeza, aparentemente, sem fim. 

Sou uma mulher intensa, uma mulher que não tem meio termo. Se eu estou onde estou no presente é porque superei muitas coisas. Das mais maravilhosas as mais vis que um homem pode superar. 

Não tenho medo da solidão, não tenho medo da angustia, não tenho medo do sentimento de depressão profunda, eu já os enfrentei sem temor, sem receios e, principalmente, sem perder a vida. 

Logo, aprendi com o meu sofrimento e nunca deixei de ser quem eu sou por passar maus bocados, por sofrer, por chorar ou por ensandecer enquanto todos sorriam, todos estavam bem e todos sorriam. 

Do meu passado, não guardo vergonha alguma. Do meu passado, a quem interessar e a quem me perguntar, não escondo nada. Tenho memórias de muitos extremos, mas tenho memórias dentre as quais as boas prevalecem. E, quer saber? 

Se tivesse que apagar os maus momentos para, com eles deletar os melhores, não o faria. Se eu vivi o melhor e o pior que um ser humano pode viver, hoje, a mim só interessa o que de melhor me ocorreu e, por tais instantes, eu sofreria tudo que sofri novamente! O que é bom, sempre supera o que é ruim. Sempre. 

 Cláudia de Marchi 

Sorriso/MT, 09 de agosto de 2013.