Fracos e sem graça
Uma lição sobre relacionamentos que você aprende no decurso da vida e das relações que você entabula: relacionamentos legais não surgem muito devagar, nem depressa demais, dizem, eu não me importo com nada desde que seja intenso, desde que se mantenha.
Essa coisa de duas pessoas se conhecerem e, voluntariamente, tornarem-se amigos, não é legal. A amizade tem que fluir naturalmente e, como diria um de meus filósofos preferidos, Friedrich Nietzsche: “As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física.”
Logo, amizade entre homens e mulheres existe e pode manter-se desde que a mulher não sinta ou, por alguma razão, deixe de sentir atração física pelo homem. Como não sou nada feminista, creio que o oposto também pode ocorrer.
Enfim, amizades podem existir quando o homem não se sente atraído pela mulher ou quando, já tiveram algo, e o sexo foi ruim, frustrante ou algo assemelhado. Todavia, começar a relação de inicio extremamente devagar indicia frieza.
Quando você começa a conhecer alguém é preciso espontaneidade, logo, se você sentir vontade de beijar, beije, se sentir vontade de pegar na mão, pegue, se sentir vontade de seduzir, seduza. O resto depende da reciprocidade do outro, apenas disso.
Agora, planejar que tudo irá devagar é algo de gente fria, de coração e, quiçá, de corpo. De quem não gosta de coisas ardentes, imprevisíveis e surpreendentes, de quem quer ter o controle, de quem se lava depois de transar, de quem é cheio de metodismos e, talvez, alguns “nojosinhos” e isso, cá entre nós, ninguém merece!
Da mesma forma que, dizem, começar tudo muito rápido não é bom. Eu não me manifesto muito sobre isso, afinal todos os meus relacionamentos amorosos começaram rápido, quente e ardentemente, e todos foram bons e duraram. Creio que o importante é entabular um relacionamento sem fazer "planilha", sem estabelecer, "vamos devagar" ou "vamos rápido", mas apenas, "vamos, e se não der certo, paramos". Simples assim, sem previsibilidade técnica num assunto que envolve e deverá sempre envolver sentimentos. Apenas sentimentos.
O mais fraco, o menos marcante e o mais frustrante foi o primeiro, aquele que careceu de intensidade e de espontaneidade, quando eu tinha vinte anos e era total e plenamente inexperiente. Não adianta, a mulher que eu me tornei é a favor mesmo da transparência e de atos espontâneos, o resto pra mim, é sem graça, sem brilho e sem gosto.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 07 de junho de 2013.
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