Quem guarda tem, quem cuida não perde.
Já dizia meu avô: “Quem guarda tem”. Quem guarda, quem cuida, realmente tem, ou mantém por mais tempo os papéis nas gavetas. Quem cuida do que gosta, invariavelmente, também vai poder gozar por mais tempo do objeto prezado.
Relacionamentos, amizades, amores, romances enfim, são como plantas - eles duram na medida em que deles cuidamos, zelamos, regamos. Quem não sabe cuidar de algo, quem não tem a paciência de um semeador, de regra, acaba com a semeadura antes da germinação da semente.
Existe um refrão de uma musiquinha que fala em tom de ordem: “Cuide bem de seu amor, seja quem for”. Esse “seja quem for” acho meio sem rima, sem graça e sem sentido, porque, para quem ama “seja quem for”, esse alguém possui muita significância a ponto de se tornar a pessoa mais iluminada da sua existência.
Todavia, se por acaso o “seja sem for” me pareça sem sentido, o “cuide bem de seu amor” faz muito sentido. Ora, mas como cuidar bem de um amor? Como se cuida de qualquer coisa valiosa, como se cuida de uma jóia, de algo que tenhamos muito apreço: com cuidado, delicadeza, zelo, atenção.
É simples, não tem segredos. O amor não tem segredos: o coração intui, a alma sente, o corpo se exalta num calor doce que queima sem se ver, como diria o grande Camões.
Não é preciso muitos paparicos, mas zelo, cuidado com o que se diz, com as atitudes que se toma, com a coerência entre o que se sente, pensa, faz e fala.
Ninguém deixa um anel de diamantes exposto na chuva em cima de um carro, certo? Da mesma forma quem ama não expõe seu amor às intempéries, pelo contrário, cuida e zela, evita o mau tempo para curtir bons momentos. A vida ensina.
A vida ensina a amar e a ser bem amado também.
É, nada como um dia depois do outro para fazer a gente ver como é importante guardar para se ter, e cuidar do que se preza para não perder, por pouco, o que não se acha tão fácil. Cuide bem do seu amor, porque o anel de diamantes pode ser roubado, perdido e readquirido, mas um grande amor não se vende em qualquer joalheria.
Pessoas não são como objetos, possuem alma não são seres inanimados. Só quem já teve a coragem suficiente para entregar seu coração ao amor sabe que não existem benesses que lhe supra a falta, não existe dinheiro que o compre. Todavia, o tempo também nos ensina que eles existem (o dinheiro e o álcool) para suprirem na vida humana a falta que um amor de verdade ou a dor que a sua perda pode causar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de dezembro de 2006.
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