Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Vaca morta

Vaca morta 

Antes de se indignar e reclamar das atitudes dos outros ou de sua forma de pensar, pare para refletir sobre quem eles são, qual sua cultura e teor de inteligência, então talvez você perceba que você está agindo errado: exigindo demais, de quem sabe pouco e reflete menos ainda. 
Seguidamente, você ouve certas coisas e fica um tanto espantado, pensando “como alguém pode pensar isso em pleno ano de 2013!”, ou, então “será que essa pessoa nunca leu um livro sobre comportamento humano, uma revista, sequer!”. 
Enfim, você se percebe indignado com a forma de pensar dos outros, olvidando de um fato: tem gente que, simplesmente, não gosta de pensar, não gosta de se informar, desconhece quem seja Jung, Freud, Rogers, ou qualquer psicanalista que marcou época. Tem gente que não sabe nem quem foi Pinel, mesmo que, na gíria lá do sul, pareçam ser “pinel”! 
Parece que algumas pessoas nunca ouviram falar em  literatura, que nunca assistirem bons filmes, que, de certa forma, jamais retiraram os seus olhos do que elas pensam que a vida é, do que elas pensam que as pessoas são e desejam o que, seguidamente, não passa de sua projeção.
Tem gente que tem a sua visão de mundo limitada ao que passa na novela. Que desconhece quase tudo sobre comportamento humano e nem livrinhos tolos no estilo “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus”, “Por que os homens amam as mulheres poderosas?” ou “Por que os homens se casam com as manipuladoras?” já passou em suas mãos. E olha que esses livros são de 5ª, se não de 10ª categoria na escala literária. 
Mas, são livros que falam de relacionamentos entre homens e mulheres e, bem ou mal, abrem um pouco a mente da pessoa para dar atenção a certos fatos, para livrar-se da ignorância que lhe assola em alguns aspectos, afinal de contas, nem todos são iguais, nem todas são iguais! 
O que falta neste mundo é gente com assunto, gente que saiba conversar, que tenha senso de humor, que saiba falar sobre cinema, livros profundos, livros “rasos”, que tenham o mínimo para se criar uma filosofia de botequim, num botequim, é claro. 
Agora, frases feitas, visão de mundo do século passado, desconhecimento completo do que as pessoas cultas e ricas no quesito inteligência desejam para si, é o fim da picada, é quase que repulsivo, mas você vai fazer o que? Sair espancando as pessoas por ai? Comprar um monte de livrinhos para elas aprenderem que a vida e o mundo não se cingem aos seus valores de gente recalcada e mal amada? 
Pagar um psicanalista que lhes explique que seres humanos cultos não querem só um pedaço de carne para desfilar do lado? Que existe homem decente, inteligente e bem sucedido, além de bem intencionado neste mundo, assim como existem mulheres com os mesmos atributos? 
Não, obviamente, então lhe resta aceitar, analisar as pessoas em questão, a sua história de vida, onde viveram a sua existência inteira, os recalques que possuem, a insegurança que lhes assola e, assim, compreender que, não raras vezes, o errado é você, que exige demais, de quem sabe pouco, afinal das contas, como diria minha mãe: “Não se tira leite de vaca morta”. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 07 de junho de 2013.

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