Relações zumbis
É incrível a quantidade de pessoas que mantêm seus relacionamentos afetivos por qualquer motivo que não seja o amor. E olha que não me refiro, apenas, a dependência financeira, menos ainda a emocional, (que seria uma razão quase nobre para manter uma relação falida).
Falo de comodismo, de medo de arriscar, de medo de ficar sozinho e de sofrer, falo do receio de ver os filhos sofrerem, falo do orgulho de poder dizer que é “casada”, enquanto as amigas se divorciam.
Primeiramente, de nada adianta levar adiante uma relação que carece de cumplicidade, parceria, amor e união por causa dos filhos, pelo contrário, as crianças sentem o que ocorre ao seu redor e terminam sofrendo em dobro com os pais juntos, mas infelizes. Ficam ansiosas, inseguras, agitadas ou introspectivas e quietas.
Em segundo lugar, ninguém morre por ficar sem companhia, ninguém morre por não ter alguém ao seu lado, morre-se lentamente, isto sim, quem se decepciona todos os dias com o seu parceiro, quem se frustra com os seus atos e, já sem ter admiração, mantêm-se junto dele.
Essas relações zumbis não levam a nada. Elas estão mortas e resta os seus personagens reconhecerem tal fato e oficializarem o fim daquilo que, talvez por vaidade, teimam em manter.
O fato é que não adianta discutir: onde o amor e a alegria, cedem espaço a frustração e a decepção, dificilmente existirá alguma forma de voltar a ser feliz, que não seja mudando de tática, ou seja, se afastando de quem não lhe faz mais o bem que um dia fez.
Se é triste? Claro que é. Decepcionar-se, frustrar-se, passar anos ao lado de alguém para terminar desistindo é péssimo, mas, o que fazer? As pessoas não mudam e o divórcio é e sempre será um mal necessário, ademais, haverá um dia em que a dor passará e você irá perceber que agiu certo, que existia felicidade fora do relacionamento que você teimou em cultivar.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 10 de junho de 2013.
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