Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Abismo

Abismo 

Preciso respirar outros ares, conhecer novas pessoas, sair da minha casa, embora ela seja o meu reino, eu preciso sair de onde habito, preciso sair de onde estou para ver que o mundo não se restringe ao que, com muito pesar, eu vejo, ouço e observo. 
Às vezes o convívio com pessoas demasiado diferentes de mim me cansa, às vezes ouvi-las me estressa, me causa uma estranheza sem tamanho, como se eu me sentisse um peixe fora d´água. Enfim, me sinto inadequada, ou, enfim, sinto que algo esta fora do lugar, fora da ordem, fora da harmonia que deveria existir. 
E, como culpar ao outro? Não sou assim, eu me analiso, aliás, sem reflexão e mea culpa a vida se torna medíocre. Tal como quem, de tal forma, vive. Logo, a estranha no ninho não pode ser ninguém, apenas eu mesma. 
Porém, como viver assim? Vivendo. É impossível ter tudo o que a gente deseja, do contrário eu não estaria a onde estou. Nunca tive uma mão estendida, um favor concedido, uma chance dada em lugar algum. Só conheci usurpação nesta vida. 
Então, me cabe ter paciência, muita paciência. Todavia, quando ela me falta, resta-me um estresse profundo, uma inominável ansiedade, um imenso mal estar. É como se o copo estivesse cheio, prestes a derramar a água que, aos poucos, foi acumulando. 
De toda forma, eu, realmente, preciso respirar outros ares. Não precisam ser novos, bastam que sejam outros, preciso de outro convívio, ou, apenas, matar a saudade daqueles que me cercavam, das moças finas e elegantes que me faziam companhia, me alegravam e eram por mim admiradas. 
Da mesma maneira, preciso matar a saudade dos cavalheiros, dos homens educados e respeitadores, dos homens galanteadores, mas transparentes, dos homens sinceros e românticos, mas atraentes e másculos. 
Enfim, preciso sair de onde estou por algum período antes que a insanidade me bata à porta. São muitas diferenças, é um abismo enorme de diferenças a puxar-me para baixo com muita frequência. Mas eu sou forte, não me entrego facilmente. Quem me conhece sabe: eu sofro, mas não me entrego, nem morro! 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de setembro de 2013.

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