Sem cartilhas
Não eu não acredito em cartilhas femininas no estilo: “transe no terceiro encontro”, “beije no segundo”, “faça sexo oral no décimo”, etc. Sou espontânea e faço o que quero e quando quero.
Todavia, sou decente, sei do meu passado, dos meus princípios, da minha moral, dos meus valores. Perfeita? Não sou, longe disso, mas sou leal, franca, elegante e respeitável.
Não aceito, portanto, viver neste mundo em que ninguém quer se comprometer com ninguém, em que todo mundo faz sexo, mas as pessoas estão se tornando incapazes de sentir algo além de tesão umas pelas outras.
Foi-se embora a capacidade de admirar, de querer conhecer a pessoa por trás do corpo, a alma, a essência, foi-se embora a vontade de desvendar o outro, suas predileções, seus sonhos, seus planos.
Faz-se de conta que se deseja tudo isso, apenas e tão somente, para convencer a outra pessoa a entregar-se sexualmente, depois é cada um por si, sem ilusões, pelo contrário: desiludidos, ao menos um, é claro.
Aquele que usa o outro sai altivo, pronto para o próximo bote, o outro, iludido, sai abatido, tristonho, frustrado, decepcionado com a vida e com as pessoas. Sai, no mínimo, deprimido.
Onde foi parar a vontade das pessoas em se comprometerem? A vontade de amar e ser amado? De ser cuidado e de cuidar? Onde foi parar a vontade de ter um compromisso com quem lhe valoriza acima de tudo? Será que essa vida fugaz é tão interessante assim? Não sei e, sinceramente, não faço questão de saber. Não nasci para isso.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de setembro de 2013.
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