Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 1 de setembro de 2013

Certinho

Certinho 

Então você passa a vida inteira seguindo seus princípios, seus valores nobres e, de repente, você percebe que não conseguiu muita coisa com isso. Não ficou rico, não encontrou seu verdadeiro amor, vive só e tem uma rotina de razoável a “mais ou menos”. 
Então, de repente você vê a oportunidade de se rebelar, de mandar os seus princípios e os seus valores para longe, muito longe de você. Então, você pensa que vai valer a pena viver uma aventura, fazer algo que você nunca faria em seu juízo perfeito. 
Aliás, se você tivesse um segundo nome, seria este: juízo perfeito! Você sempre se colocando no lugar dos outros, você sempre andando na linha e nunca fazendo aos outros o que não gostaria que eles lhe fizessem. 
Agindo sempre de forma tão correta e adequada que até você mesmo se sente entediado. Sente uma vontade enorme de fazer algo errado, de sair dos trilhos, de cometer uma sandice, de cometer um pecado. Não um crime, mas ao menos um pecado! 
Todavia, chega um belo dia, você esta com seu plano feito, você não vai agir de forma perfeita, você vai errar, você vai pecar, mas vai sentir prazer. É o que você pensa. 
Então, neste dia, seu estomago embrulha, você se sente tonto, se sente atordoado, se sente fisicamente doente e psiquicamente são. São demais. Logo, você cai na real: você não nasceu para agir egoisticamente, você não nasceu para arriscar a própria paz em prol de qualquer prazer efêmero. 
Você é certinho demais, não adianta. Todavia, então você percebe: é sendo certinho assim que você é quem é. Uma pessoa imperfeita? Uma pessoa com uma vida previsível? Uma pessoa chata por ser tão cheia de valores? Talvez, mas você é quem você é e não ser isso, eu garanto-lhe, trás muito mais dor do que alegria e prazer. 
Talvez a sua rotina, de “razoável a mais ou menos” não seja tão ruim, talvez ela seja certa para você, talvez algo instável, inseguro, ainda que mais quente e cheio de emoções venha, apenas, a lhe desassossegar e, cá entre nós, do jeito que você é e como gosta de viver, o seu sossego é tudo, não é?! 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 1º de setembro de 2013.

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