Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Entre o falar e o entender

Entre o falar e o entender 

 As pessoas se enganam com o que eu digo. Muitas das coisas que elas tomam como “indiretas” nada mais são do que minhas opiniões que, infelizmente, contrariam as suas e que, porventura, vieram à tona em algum diálogo. 
 Indiretas seriam se, pessoalmente, eu não deixasse claro que penso diferente do que elas, se eu não dissesse a elas que “a coisa” ao meu ver, é diferente do que elas pensam. 
 Não dou indireta em ninguém, o que dou são opiniões que podem ser interpretadas erroneamente como indiretas, o que é péssimo, para mim e para quem me cerca, infelizmente, mas não posso ser hipócrita. 
 As celeumas que já enfrentei surgem mais ou menos assim: conversei com uma pessoa sobre o assunto A, a opinião dela é a B, a minha é a C, misturando as duas me inspirei e formei a conjuntura E onde, é claro, a opinião C (a minha) predomina. 
Então eu escrevo uma crônica sobre isso em meu blog, posto algo a respeito no Facebook, a pessoa lê e se ofende ferrenhamente, crendo que estou dando indireta nela e em quem a cerca quando, na realidade, a opinião B ( a dela), serviu para suscitar a C e, com isso, fomentar a construção do texto E. 
Não se trata de indiretas, mas de inspiração, de uma forma de promulgar minha forma de pensar, sem ter a deliberada intenção de menosprezar o pensamento alheio, embora eu entenda que isso possa ser uma consequência involuntária do enaltecimento de uma opinião contrária, qual seja, da minha. 
Todavia, não faço nada por mal. Faço porque sou demasiado criativa, faço porque tudo me inspira, porque a contrariedade me inspira, as diferenças me inspiram, a solidão me inspira. De forma que só me resta terminar esta crônica com a frase de Oscar Wilde: "Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo." 
Todavia, Sr. Wilde, como silenciar quando a nossa mente nos impulsiona a falar, a escrever, quando a criatividade não nos deixa calar? Resta-nos, simplesmente nos responsabilizarmos pelo que falamos, pensamos, escrevemos e não pelo que os outros entendem, pois isto esta além das nossas boas ou neutras intenções. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 27 de setembro de 2013.

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