Conquistar?

Conquistar?

Conquistar, você sabe o que isso significa? A conquista se consubstancia em cativar o coração do outro e, com ele, a sua confiança e admiração. Hoje em dia muitos querem experimentar você e não lhe conquistar. Experimentar seu corpo, seu gosto, sua boca, seu sexo. 

Querem, pois sexo sem deixar a intimidade surgir, querem intimidade sem que exista bem querer mútuo, têm pressa para se apropriar de um corpo, mas não para amar a alga que está por trás dele. 

Este é o mundo das relações e das pessoas descartáveis. Mundo no qual, espero, um dia, ser conquistada, porque ser assediada para mim não significa nada, só me causa asco e decepção com a raça humana. 
Não compreendo como homens maduros podem ser tão afoitos por sexo! Passeios, cinema, filmes juntos, jantares, um vinho, uma torta na padaria e muito diálogo não lhes apetece, eles têm pressa para despi-lá, para fazer sexo com você como se a intimidade sexual não fosse algo inevitável e consequência lógica de qualquer relação afetiva que se entabule. 
Mas, a questão é esta: será que eles querem uma relação amorosa ou é só sexo o que desejam? Se for, mantenho-me e manterei-me só, não preciso de qualquer homem para levar-me para a cama. Prazer eu mesma me dou, o que eu quero é um parceiro, um companheiro, carinhoso, inteligente e, claro, bom de cama, mas que não seja apressado, afoito, desesperado e exibicionista (aqueles que contabilizam parceiras). Simples? Nos dias de hoje, nenhum pouco!

Eu não quero galanteios infundados, conversas de quem quer me levar para a cama, e a velha historinha “viva o hoje” que, para mim, traduz-se em: “transe comigo agora, o que for para ocorrer, vai ocorrer, ainda que seja uma frustração.” 

E o meu jeito de ser? E o respeito que nutro por mim mesma? E a necessidade que tenho de ser conquistada, agradada e admirada antes de despir-me e transar com alguém? Onde foi parar o romantismo e o senso critico dos homens e das mulheres? 

Eu preciso ser bem galanteada, conquistada, seduzida, mas não com elogios toscos, com beijos quentes, com frases feitas, mas com respeito, carinho, romance, atos de demonstração de afeto. É, eu sou uma mulher a moda antiga. Bem antiga. Os desinteressados que se retirem! 

 Cláudia de Marchi 

 Sorriso/MT, 04 de setembro de 2013.