Conselhos e experiências
Conselhos casam bem com experiências de vida, do contrário, são palavras jogadas ao vento por quem acha que sabe tudo da vida. E da vida mal possuem um livro bem lido sobre o assunto que pretendem lecionar!
Tenha cuidado antes de exprimir a sua opinião, antes, inclusive, de dar conselhos para quem se encontra em situação pior que a sua. Nunca menospreze a dor alheia, nunca ache que ela é menor do que você imagina que seja.
Não menospreze os transtornos de humor, os transtornos de ansiedade, os transtornos mentais, enfim, hoje é você quem diz que é “falta de laço”, que “tudo depende da vontade da pessoa” e amanha é você quem tem uma crise nervosa escovando os dentes antes de ir trabalhar.
Ou é o seu filho que, de repente, perde a vontade de viver, mesmo tendo tudo. Não fale do que esta muito além do conhecimento humano, do que esta muito além do seu conhecimento de imperito e inexperiente no assunto.
Eu nunca vi pessoas que mais calam do que falam pagarem por aquilo que falaram. Em meus muitos anos de vida eu nunca vi pessoas ponderadas morderem a língua!
Mas pessoas de nariz empinado, pessoas que acham que tudo o que pensam é imperdível, que deve ser dito e manifestado, que deve ser dado como injeção (vai doer, vai arder, vai ser ruim, mas vai curar), essas eu já vi “pagar” aos montes!
Exemplo maior de pessoa que achava que sabia muito, que se manifestava sobre tudo, que achava que toda dor era superável, que o ser humano era artista de seu destino? Eu, euzinha!
Pessoa mais altruísta não existia! “Presidente da republica”, foi o que eu disse que seria no meu primeiro dia de aula na Faculdade de Direito tradicional da Universidade de Passo Fundo. Pretensiosa, arrogante, engraçadinha e talvez um pouco metida, era isso que eu era. E só!
Inteligente, madura e gente eu me tornei quando comecei a sofrer na pele aquilo que eu achava que nunca sofreria, aquilo que eu pensava que era coisa de gente de mente, alma e espirito fracos.
Gente eu me tornei quando cheguei ao fundo do poço e quase perdi a fé no ser humano, mas, por ter ao meu redor pessoas de luz, meus maiores bens, não me entreguei, não desisti.
Não, eu não serei presidente da republica, eu mal consigo administrar a minha própria vida e terminei um noivado com uma excelente pessoa, porque a politica seria um impasse entre nós.
Se eu continuo dando conselhos? Sim, é mais forte do que eu! Às vezes eu sou chata e pago por sê-lo, mas uma coisa mudou: agora eu só falo sobre o que eu já vivi, sobre o que eu já experimentei, sobre o que eu já chorei, mas, ainda assim, resta em mim a certeza de que cada ser humano interpreta as situações a sua maneira. Cada um na sua, mas com alguma coisa em comum. Hoje e sempre.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 13 de setembro de 2013.
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