A árvore, o livro e o filho: por que, afinal?
Vivemos sob a égide de conceitos cuja origem não
buscamos saber, mas que repetimos, inclusive em nossos lares. O ser humano,
este mesmo que fala mais em "buscar a felicidade" do que afirma
"eu sou feliz", este que se preocupa com o que lhe falta e não
valoriza o que tem, que compra casa com piscina e não usa e que adora vistoriar
a grama do vizinho, também crê que esses três atos são necessários na vida
humana!
Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um
filho. Agora, lhe pergunto: da para viver bem sem isso? Por que será que só a
parte do ter filhos é tão superestimada? Jovens que não se preocupam em
angariar cultura e escrever ou falar corretamente não pensam duas vezes antes
de engravidar, rapazes que estão desmatando terras também não hesitam em serem
papais antes de terem consciência do que é ser um homem maduro e responsável!
Ter um filho, porém, é a decisão mais seria que se
pode tomar! É pra sempre, a responsabilidade nasce com as fraldas, amamentação
e banho e cresce para escola, tarefas, faculdade e por aí a fora incluindo
desde o primeiro choro a tarefa de educar, instruir, repassar valores e
princípios!
Você pode ser feliz sem escrever um livro? Claro! E
também pode ser feliz sem ter um filho, porque você não é obrigado a fazer o
que a maioria faz e deseja para você. E, por falar em maioria, ela é bem
resolvida, feliz, leal, amável e contente? Não né!? Então cuide da sua alma e
ignore o que falam! Se a maioria valesse a pena ser ouvida o mundo seria bem
melhor.
Viva de forma a sentir seu coração vibrar, ame,
gargalhe, sinta paixão pela vida, distribua riso, sorrisos e afeto por onde
passar. Não carece fazer algo para que sua vida tenha sentido. Viver e amar são
os sentidos da nossa existência. Não carece deixar seu nome numa certidão de
nascimento, carece tornar-se eterno pelas boas lembranças deixadas, pelo amor,
pela alegria.
O sentido é ser feliz, acordar alegre, deitar em
paz, amar e viver sem medo, seguir adiante usando a frustração como professora
e os erros como aquilo que não deverá ser repetido.
Seguir adiante confiando em si, se amando e se
respeitando com a plena convicção de que não há necessidade de seguir
convenções quando seu espírito não se adequa a elas. Ser escravo de convenções
sociais é ser mentalmente estuprado, é uma forma de deixar a indústria
farmacêutica mais rica e de tornar-se infeliz e medíocre. Crie suas regras,
contrarie maioria, mas seja feliz!
Sabe os loucos? Aqueles que fogem dos padrões e,
corriqueiramente são criticados? Eu gosto deles, a priori por identificação. Não
suporto quem anda "pé por pé", quem mede tudo, quem é sempre
comedido, sério e racional! Gosto de quem tem freios, mas os utiliza no momento
oportuno e sabe que o bom da vida se conquista com o pé no acelerador.
Gosto de quem sabe o que quer, identifica o que
encontra e toma posse, sem mil temores, receios e "poréns", sem
seguir a cartilha do padre, do pai, da mãe, dos avós e da sociedade burguesa.
Gosto de quem sabe que pior que sentir dor ou frustração é sofrer a ardência
emocional de perder oportunidades pelo medo de tentar e por fazer igual a todos
mesmo que não se seja a eles idêntico.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de julho de 2015.
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