A sapiência do “meio termo”.
Desconfie toda vez que dois tipos de pessoas se
apresentarem a você: as carentes, as que grudam demais, as que mostram
desespero, as que insistem em se aparecer e que fazem juras de amor eterno em
menos de 15 dias.
Mas, também, desconfie de quem se mostra muito
temeroso, arredio e cheio de traumas. Nove em dez vezes o que causou seus
traumas pretéritos são seus próprios atos ou ausência deles. As pessoas
costumam repetir atitudes e, via de regra, atribuir o demérito ao outro, a vida,
ao acaso.
Consequentemente, pessoas com “trauminhas” são
perigosas, porque seguidamente desconfiam demais, se resguardam demais a ponto
de criar uma potente barreira em face de qualquer sentimento doce e, quiçá,
entrega. E, assim, mesmo tendo tudo para viver uma relação legal são sabotadas
por seus receios inconscientes. E até conscientes mesmo, vai saber!
A apregoada racionalidade os afasta da nascente de
tais bons sentimentos que, os outros perigosos por sua vez, (os carentes em
desespero), se afogam desmedida, instantânea e ilogicamente de forma que qualquer
bom trato se torna motivo pra “fixarem-se” no outro e tê-los como “objetivo de
vida”.
O bom é o meio termo, quem distingue o joio do
trigo, quem sabe o que procura, quem reconhece o que encontra, quem se
resguarda, mas não teme a entrega, quem vai, mas não foge, quem fica, mas não
gruda, quem mesmo de longe faz diferença e que de perto faz transbordar. O bom
mesmo é quem quer o mesmo que você e não tem medo do que você também não teme.
Porque o que vale a pena cria apego e apegado
permanece. Você não deve obrigar ninguém a permanecer, mas também não pode
aceitar "refugos" na vida. Carinho e atenção são duas coisas que você
"exige" em silêncio, por saber o seu valor, mas não usa palavras ou
atitudes de carência para pedir. Se não recebe, não solicita, se recebe
valoriza. E se for, que vá! Mandar a merda no retorno é muito mais divertido! E
digno.
Quem sabe bem viver, quem deseja bem amar e bem ser
amado, sabe quando se recolher, porque afastamento gera afastamento, frieza
gera frieza, carinho gera carinho e carência, por sua vez, gera relações
desnecessárias e superficiais. Ah, o meio termo! Sempre sábio.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 13 de julho de 2015.
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