Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 24 de julho de 2015

A era da aparência sem essência.

A era da aparência sem essência.

Vivemos na era em que a igreja vale mais que Deus, o casamento mais que o amor e o que se diz, mais do que se faz. Coitados dos que acreditam piamente no que lhes é dito, isso desde “eu te amo” até o tal do “podes contar comigo”.
Atualmente, chamar de "amiga" vale mais do que ser amiga, discursar sobre lealdade e fidelidade parece mais importante do que ser leal e fiel, tirar selfie sorrindo e colocar frase de "impacto" parece mais importante do que vivenciar o bom do momento e ler as obras do autor da frase.
Tem muito pseudo intelectual caçando frase no Google de autor renomado cujo nome não sabe nem pronunciar. Na verdade, nem sabe se trata-se de poeta romântico, filosofo, psicanalista ou apóstolo de Cristo.
O tal do aparentar ser culto é mais interessante e menos cansativo do que angariar cultura. Tem gente que adora usar palavra difícil, também, pra pagar de inteligente. “Olha, ele fala difícil, ui, que pessoa inteligente!”.
Aliás, em rodas de conhecidos em cidade pequena se ouve muito: "Coitada da fulana, tomou guampa demais do sicrano! Até com o bebê pequeno, ainda bem que separou!". Daí outra, melhor informada diz: "Sim, mas voltaram!”.  Uma terceira participante no “lero” intervém: "Sério!? Ele está flertando com a minha irmã! Vou avisar a ela!".
Ah, mas trata-se de uma "instafamily" linda! No maior estilo “#familiaprojetodeDeus”! O facebook também conta com fotos da família feliz! Com “eu te amo”, “amor da minha vida” e coisas afins, quando o sujeito tem cara de infeliz, sorriso amarelo e flerta com qualquer “bonitinha” que passe rebolando em sua frente. Diga-se e inclui-se, nas redes sociais também, mas o cara se acha “o espertalhão”.
Diga-se que "esperto" se tornou um adjetivo mais atraente e cobiçado do que "inteligente": as pessoas querem ser espertas como águias, enquanto são menos leais e amigas do que um cão. Aliás, a conduta dos animais vem se mostrando mais humana do que a de muitos seres humanos.
Destes seres (des)humanos que apregoam pudor e santidade enquanto são menos santos do que as "vadias", as loucas e as tolas que adoram julgar! Aliás, triste era em que o homem julga ao outro para não ir a fundo numa análise de si mesmo e descobrir que, com suas fraquezas, não pode criticar pessoa alguma.
Até o meu “defendido” feminismo vem sendo bombardeado com incoerências entre o que é e o que dele fazem. Tipo, feminista não precisa queimar soutien, deixar os pelos crescerem e sair transando com um por noite para fazer valer a sua liberdade sexual! Menos ainda pagar a conta do restaurante!
Conta de jantar a dois eu pago se quero. E costumo nunca querer. Isso não me faz menos feminista, me faz lógica e racional. Como mulher vaidosa eu gasto muito! Unhas, depilação (feministas se depilam! Virilha, sobrancelha, buço!), cosméticos, maquiagem, perfume, produtos para o cabelo, lingerie, roupas, sapatos e por aí a fora! Se, além disso o sujeito quiser que eu pague a conta é porque ele não é meramente moderno, é um idiota! E eu não saio comer com idiotas.
E sobre a “promiscuidade” e tal?! Realmente acho absurda a conduta de algumas mulheres. E, não, isso não me faz menos feminista. Cara, quem é que ganha com mulher saindo pelada na cidade como aconteceu ontem em Sorriso? Saindo praticamente seminua em festas à noite?
Malhando só pra ficar com corpo de panicat mesmo que canse e deixe de pagar contas para pagar academia? Quem ganha quando jovens saem transando sem seletividade alguma? Os homens, apenas eles. Isso é uma forma inversa de usar a liberdade feminina para favorecer o machismo. Esse mesmo machismo que separa as mulheres entre "pra pegar" e "pra casar", (o que é uma piada, não nego).
Então, por que as mulheres acham bonito caírem num nível de fazer e serem, física e esteticamente, tudo o que um macho alfa quer? Inclusive vestirem-se de forma a denotar sua incrível vontade de chamar a atenção?  Com que intenção, afinal?
Insanidade? Desespero pra achar macho? Caramba, a gente sai e escolhe se quer e com quem desejamos transar, não precisamos cair na vulgaridade e no ridículo para exercermos nossa liberdade sexual. Acho que facilitar demais não é ser feminista, é ser mero produto da cultura machista, dessa em que quase todas as mulheres fazem sexo oral nos seus parceiros e eles, os “omis” em sua maioria, tem “nojinho” de fazer nas mulheres. Haja paciência pra tanta inversão de valores, conceitos e princípios!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de julho de 2015.


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