Sobre manter o bom do amor.
Existem seres humanos bem dotados de idiotia. E
obsessões! Uma das quais é o tal do compromisso, da aliança, do casamento, do
"morar junto". Conversava com um amigo e ele me contou que nas
relações dele tinha bastante sexo até virar "casamento". Dai a mulher
vinha com "desculpas": cansaço, bebida, dor de cabeça e etc..
Sexo: ou você gosta e continua gostando bastante ou
só fingiu pra conquistar o famoso "bambolê de otário". Ora essa! Por
que deixar broxar a parte sexual do relacionamento se o casal ainda não tem
filhos? Essa coisa de no "início era assim" (especialmente no quesito
"cama") pode até proceder se o casal vem a ter filhos.
Do contrário denota "game": "Fiz o
jogo da tarada, conquistei e agora sou quem sempre fui! Razoavelmente fria e
acomodada.". O mesmo vale para o cara que era atencioso e
"muda". Se “era” atencioso, digo se é do tipo afetuoso, pra que
mudar? Deu o golpe do "quando casar passa"?! Valha-me!
Por isso tem tanta infidelidade e gente casada e
infeliz no mundo. Deixa disso filho, a "coisa" deve só melhorar. Ou
acaba a palhaçada e vai procurar alguém que não finja ser quem não é só para
conquistar! Coisa mais besta isso!
Encontrar um amor é uma questão de permitir-se e
não de mera “sorte”. Aliás, nada é só sorte. Existem pessoas menos exigentes
que outras e aquelas que encontraram o que queriam em quem lhe apareceu.
Simples!
Agora, de tudo uma coisa é certa! Certíssima eu
diria: manter o amor é questão de atitude, de usar a inteligência. As relações
não amornam, as pessoas é que amornam! A criatura entra num relacionam acesa
como churrasqueira de gaúcho em 20 de Setembro. No curso da relação, na medida
em que a segurança aumenta, esfria como água no freezer de baiano.
Se antes era romântico, mandava mensagem com
sacanagem, mandava declarações de afeto e atração, lá pelas tantas não rola nem
beijo ardente, daqueles que nos incendeiam. Como querer que o casamento (ou
seja que relação for), dure quando você deixa a segurança frustrar tudo?
Quanto mais intimidade, mais segurança, quanto mais
segurança mais cumplicidade, envolvimento e tesão deveria haver. Mas o casal
deixa de investir no outro! Se entrega ao tal do "agora é meu
(minha)" e deixa o boi partir com as cordas! Ser "seu" no papel
ou perante o INSS é fácil! Ser "seu" na declaração de imposto de
renda também é!
Difícil é ter alguém que se excita pensando em
você, que quer chegar em casa e lhe beijar, que ignora cantadas alheias, que
não sente saudade de quem você "foi", mas que deseja quem você é e,
quiçá, tenha se tornado: alguém ainda melhor, mais carinhoso e atencioso. Por
que não? Quando isso for corriqueiro e não exceção nos relacionamentos haverão
menos brigas, separações e infidelidade.
Tudo isso que só ocorre por culpa do casal e não do
casamento ou da união enquanto "instituições" familiares. Aliás, eu
sempre digo que casamento é uma delicia, o problema é com quem a gente casa!
Poder dormir agarrado, ter em quem pensar de dia e realizar a noite, na cozinha
e na cama é muito divertido!
O problema é "quem" este
"alguém" se torna após o "sim"! Um besta imerso em
segurança e comodismo ou um sujeito esperto que sabe que se não cultivar o bom
da relação será facilmente substituído? Inteligência emocional e inteligência
sexual: exceções no mundo! E os relacionamentos precisam delas! Estude um pouco
mais ao invés de tocar punheta no banheiro da empresa vendo pornô tendo a
esposa em casa.
Ah, e só pra avisar não será reproduzindo a espécie
que a "coisa" vai melhorar! Filhos são uma provação cotidiana ao
convívio íntimo do casal. Podem ser lindos e fofos, mas se a coisa está morna
tenha certeza que noites em claro, fraldas, cólicas, choro e alguém que requer
24 horas de sua atenção não irão ajudar. Antes de ter filhos, tenha uma relação
real e totalmente satisfatória, do contrário, um aviso: ninguém deixa de se
separar ou até de trair por conta de bebês! Sua meiguice não faz milagres.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 24 de julho de 2015.
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