A reprodução da vida real: das novelas e seus “casos”.
"As novelas da Globo querem extinguir a
família. Tem amiga traindo amiga, esposa infiel, avó cafetinando neta, sexo às
21:30 e blá blá blá!". Eis o discurso de um “homem médio” (no dizer jurídico)
que é aplaudido por uma plateia que, no mínimo, lhe ouve sem questionar ou vive
no País das Maravilhas junto com a Alice e acha que a Rede Globo é o capeta
atentando suas vidinhas perfeitas.
Moro numa cidade que não tem 90 mil habitantes e
conheço mais de 20 casos de infidelidade e casamento baseado no "não me separo
para não dividir patrimônio". Amigas falsas? Eu mesma já tive várias e
sofri horrores, afinal existem mulheres machistas que veem na outra uma
concorrente em potencial (machistas, inseguras e, via de regra, feias também).
Aqui tem mulher de fazendeiro que vive enfurnada em
academia e consultório de cirurgião plástico e transa com personal sarado! A criatura
não sabe conjugar o verbo “colocar” (ela é descendente de galináceos e conjuga
o verbo inexistente chamado “ponhar”), mas conhece tudo sobre dietas,
suplementos alimentares, tratamentos estéticos, cosméticos e exercício físico para
ficar agradável aos olhos do homem que lhe banca e, em certos casos, dos demais
“gostosões” que ela pode querer bancar.
Cenas de sexo? Existe classificação etária de
programas, ademais, novela não é programa que criança deva assistir! Existem
programas mais instrutivos e menos toscos, mas tudo depende do exemplo dos
pais. A ultima novela que assisti inteira foi em 1996. Prefiro seriados,
filmes, jornais ou livros, mas não imponho minha critica a todos.
Eu acho novelas entediantes, previsíveis e longas. Prefiro
seriados policiais, médicos, suspense, algo que me faça pensar, que me surpreenda
por ter diálogos inteligentes, instigantes e reflexivos, mas não saio por aí
criticando novela se, basta, eu não assistir já que não gosto e, certamente, se
tivesse filhos eles passariam longe dessas asneiras.
E digo mais, se a realidade retratada em novelas,
inclusive o lesbianismo pode destruir a família, então isso significa que ela
está edificada em bases muito, muito frágeis. Significa, meu amigo que vomita
regras moralistas, que a sua família só é bonita e “bem constituída” pra inglês
ver. E, também significa, que você é um hipócrita.
Você acha que família é um casal heterossexual e
filhinhos, o que não é verdade. Família é um lar com pessoas que se amam, que
tem cultura, que pensam, que refletem e que tem amor no coração, inclusive,
para educar alguém que veio ao mundo por um “casal tradicional”.
Enfim, quem vem de um meio educado com ética e
moralidade não deixa de ser quem é porque vê na tv algo diverso e quem, como
eu, não é hipócrita, sabe que ali nada se ensina, só se retrata o que há em
cada esquina atualmente. Faz quem quer e gosta, quem não quer não faz nem que
seja "subornado" com grana alta para fazer. Sei lá, questão de princípios
e ética!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de julho de 2015.
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