Sou vasta.
Eu não sou uma mulher definível. Eu não sou uma
pessoa estanque. Não sou vadia, não sou santa, eu sou moderna, mas tenho em mim
algum conservadorismo, não sou machista, mas gosto de inúmeros privilégios por
ser mulher sim. Não, eu não sou uma feminista “non sense”: cavalheirismo,
afabilidade, doçura e gentilezas me cativam.
Não suporto ser analisada e julgada por minhas
contradições, gosto de falar, de ouvir e, sobretudo, ser ouvida. Sinto uma
extrema necessidade de ser compreendida, mas não me imponho para isso e digo o
seguinte: se “aceitar-me” lhe parece difícil, seja ao menos respeitoso e empático,
porque ninguém é obrigado a concordar com ninguém, mas ninguém deve colocar o
outro na berlinda de seus julgamentos.
Daqueles julgamentos provenientes da mania de
projetar. Tire suas certezas, suas inseguranças, seu pensar, sua malicia e sua
desconfiança da minha moral. Quem me julga,
não julga a mim, julga a si.
Nada mais pratico para conhecer o outro do que
ouvir o que ele pensa e como aborda aquele que ele critica. Eu tenho a mente
livre, a mente aberta, mudo de ideias, mudo de ideais, mudo de foco, porque só não
muda de ideias quem não as tem, só não muda de paradigma quem é tão egocêntrico
que não consegue ver que a vida muda e se refaz todos os dias. Só não se
contradiz quem tem certezas sobretudo, quem é estanque, quem não analisa com
amplitude a vida.
Ora sou assim, ora penso assado, mas continuo sendo
eu: um mar feminino de profundidade, sensibilidade e, sim, de algumas incongruências
e incoerências, porque eu tenho a obrigação de ser feliz e não de ser perfeita,
tenho obrigação de viver bem com minha consciência e comigo mesma e não de
caber em rótulos e nos anseios daqueles que insistem em julgar aos outros para
se esconderem por trás do dedo que apontam.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 07 de julho de 2015.
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