Só isso é seu “tudo”?
Tem dias que a gente fica confusa! Já não sabe se o
cidadão que vive arrotando felicidade é, de fato, feliz, viciado em algum
psicotrópico ou em algo ilícito, se bebe demais, se é bipolar ou se é feliz
mesmo.
Dias em que a gente já não sabe se o sujeito tem
uma moral idônea ou é um hipócrita, se é uma pessoa auto confiante ou só mais
um idiota que supervaloriza a si mesmo e as suas opiniões que, segundo pensa,
são fruto de um profundo e intenso conhecimento "de sei lá eu o que".
Dessas "coisas" que só quem é muito sábio
poderia nos dizer, independente dos anos vividos, das experiências tidas e dos
livros lidos. Enfim, tem dias que a gente não sabe se da risada do outro ou se
lamenta o seu ego problemático.
Dias que não sabemos se há autenticidade ou uma
vontade insana de chamar a atenção para si, de ser "diferente", de
ser superior e de ser admirado por todos! Enfim, existem dias que a gente
conclui que faltam psicoterapeutas, psicólogos e psiquiatras para tanta gente
insana e de atos apavorantemente grotescos, salientes e deselegantes neste
mundo e, claro, para você que percebe como a vida pode ser um teste constante e
cruel a sua inteligência emocional!
Sei lá, é muito ser humano metido a desafiador,
aquela coisa “e nem vem, porque quem manja aqui sou eu” que eu paro e penso: “Nossa,
isso é tão ‘eu’ no início dos anos 2000!”. Uma fase em que eu era tão cheia de
certezas, de convicções, de “eu sou assim, eu sou assado” que até eu pego um
nojinho daquele ser cheio de certezas, coluna ereta, nariz empinado e bunda
arrebitada que eu já fui.
Poderia o “mestre dos mestres” em determinado
assunto vir me falar, ah, nada importava! Porque eu estive em tal lugar, porque
eu trabalhei com tal coisa, porque eu vi muito isso, muito aquilo, porque eu
sei do que eu estou falando, porque eu sei, eu sei, eu sei e você seu “metido” pegue
a sua opinião não solicitada e guarde para si!
Como se alguém maduro e em sã consciência fosse
querer discutir com uma jovem impetuosa e cheia de certezas, né?! Nada como um
livro após o outro, uma experiência após a outra, um ano após o outro e muito
ouvir, pouco falar e muita atenção prestarmos na vida para mudarmos.
E, hoje, quando me deparo com esses seres cheios de
si, de “quenturas”, de convicções, de opiniões expressadas de forma desafiadora
e grosseira, eu penso: “Ai que dó?!”. Seria esta pessoa só isso ou em algum dia
ela vai mostrar que tem algo de melhor dentro dela?
E este melhor, sabe como se chama? Humildade, resignação
e capacidade de se expressar sem aparentar ser o dono das verdades do universo,
só porque “acha” que sabe tudo a respeito de algo ou de tudo. Enfim, nunca
subestime a capacidade de um idiota arrogante em fazer idiotias arrogantes.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 02 de julho de 2015.
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