Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Experiências passadas e machismo.


Experiências passadas e machismo.

A verdade sobre a questão se a mulher deve ou não deve omitir do parceiro atual os parceiros que já teve: grande porcaria! Encaremos o assunto com racionalidade: homens inventam, mulheres omitem. Por quê? Porque foi assim que eles foram criados.
Qual seria a verdade racional sobre isso? Não é necessário inventar, mocinho machista! A meu ver, especialmente, muitas ou poucas parceiras não é sinônimo de talento. Significa, apenas, que você achou por bem transar muito, não que você seja bom de cama. Aliás, às vezes os melhores e as melhores por saberem quão bom são, conseguem ser mais seletivos.
De toda forma, o passado passou, não passou? Quando você conhece uma pessoa deve lhe importar quem ela terá daquele momento em diante, não quem ela teve! E, sejamos sinceros, isso depende tanto de você quando da outra pessoa.
Se você for ruim, relapso e frio corre o risco de ser traído com outro. Ou outros, dependendo da forma de pensar da parceira. Eu confesso que um pé na bunda é mais digno que um par de chifres, em que pese, não nego, tem homem que merece! E mulher também.
Mas, retomando, acho que o medo dos homens de mulheres experientes reside exatamente nisso: se elas têm experiência possivelmente sabem com mais cátedra o que querem, o que não querem e sabem distinguir o razoável do excelente! Ui, que medo né meu amigo machista e ruim de cama?!
Minha mãe adora contar para minhas amigas o meu problema com o volante! Com carros, para ser exata. Quando eu tinha carro bom (leia-se, não popular e com maior potencia de motor) e ainda quando usava o do meu ex-marido que era melhor que o meu (camionete importada, cambio automático, potente) eu adorava dirigir! Fazia 50 km por dia para visita-la, enfrentava estrada perigosa de dia e de noite.
Daí eu vendi o carro, guardei o dinheiro, usei para fins mais nobres, fiquei com um Fox, enfrentei problemas com multas tomadas por terceiro, suspenderam minha CNH, fiz reciclagem, tudo com uma péssima vontade, afinal, eu não curto dirigir o carro que tenho. Que temos, enfim.
O Fox é pouco potente, cambio manual e de marchas chatas. Eu acho estranho e, realmente não gosto. Provavelmente se eu não tivesse tido um carro 1.6, importado e bom de dirigir eu nunca me irritaria com o pobrezinho do carrinho que tenho agora, certo? Menos ainda se não tivesse usado a camionete do, na época marido, por 6 meses porque ele estava com a carteira suspensa!
Logo: se você não sabe que existe coisa melhor, qualquer porcaria lhe contenta! Foi assim comigo em relação a carros. E é assim com qualquer pessoa em relação a sexo. Homens inseguros morrem de medo de mulheres experientes. Simples!
Bem, depois dos meus 30 anos eu até “criei” um desapontamento póstumo com os meus ex-namorados, lá da época dos meus “inte”! Inclusive ex-marido, eram mais velhos com o mínimo de 15 anos de diferença em relação a mim. “Nossa, o que eles achavam em mim?”. Pergunto-me! Deviam ser inseguros, com certeza, em que pese eu sempre tenha sido boa de papo e madura para a minha, na época, pouca idade.
Enfim, se devemos ou não “mentir”? Se devemos “omitir”? Creio que um homem maduro e seguro de si nem vai perguntar para a parceira com quantos ela transou. Se perguntar é porque ele é um idiota, e, como tal, merece uma boa mentirinha e uma risada interior. Acho justo!



Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de abril de 2015. 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Verdades curtas e grossas.

Verdades curtas e grossas.

“Esperar que a vida lhe trate bem porque você é uma boa pessoa, é como esperar que o tigre não te ataque porque é vegetariano”. Não tenho certeza acerca da autoria da frase, mas ela é digna. Mais, ela é sabia!
Ademais, vejo que as pessoas querem justiça quando a justiça as beneficia e injustiça quando a injustiça lhes beneficia. Se o outro lucra errando, ah, então "a vida não é justa"! Se você lucra errando, você "teve" sorte, "Deus foi bom" ou algo assemelhado.
Quando o colega cola na prova e vai bem, oh, que injusto! Se ele não colou, mas também não é assíduo e foi bem? Ah, então ele tem sorte (será que não colou mesmo?)! Que injusto!
Você se matou de estudar e o colega que passou a sexta-feira na esbórnia tira notas melhores! Quer saber? As vezes ele tem mais facilidade de compreensão, as vezes ele está mais atento ou simplesmente mais sereno!
Você não concorre com ninguém numa prova ou num concurso! Você concorre com você mesmo: ali está você, seu conhecimento, seu discernimento e sua capacidade de ser sereno! Você não deve estudar pensando no desempenho alheio, mas sim em você! Em adquirir conhecimento para ser o melhor no que desejar!
O seu colega que cola na faculdade não vai colar no exame da OAB ou no concurso mais chinfrim que tentar! Mas ele pode ser uma pessoa mais serena do que você e, consequentemente, sair-se melhor! Você chama isso de injustiça, eu chamo de vida! Vida e seus acasos.
Vida na qual não vence apenas o mais estudioso, o mais inteligente. Vence o mais equilibrado, o mais sereno, o mais calmo. O mundo sorri para quem sorri para ele, não para quem é inseguro, temeroso, nervoso e acha que a vida deve pagar-lhe na mesma moeda o bem que tenta fazer ou faz.
A vida trata bem quem se trata bem. De nada adianta ser uma boa pessoa, mas não ter altivez, não ter tranquilidade ou até mesmo malicia, esperteza. Absolutamente nada! Nem mesmo criticar a quem, segundo você, não "merece" o status que tem.
Afinal, convenhamos ninguém chega a lugar algum no Brasil sem esforço, inteligência, competência ou, é claro, um bom "indicante". Mas, bem ou mal, isso também é "algo". Se é justo? Não é, mas é uma das facetas da vida: facilidade para quem já teve uma vida fácil. Saiba em que nicho você está, acalme-se e vá à luta, porque lamúrias e lamentações não irão mudar seu futuro, sua vida ou o mundo.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de abril de 2015. 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Reflexões de uma semana estressante.

Reflexões de uma semana estressante.

Realmente eu não sou uma pessoa que se importe com o que os outros pensam a meu respeito. Mas eu sou uma pessoa que se indigna com o que é injusto e que precisa aprender a ter paciência!
A ter paciência com gente injusta, com gente que fala mais do que deve, que fala o que não deve e, o que é pior, que fala pelas costas, porque sabe que está sendo injusta. Sim, sabe!
Do contrário falaria pessoalmente e daria ao criticado o merecido contraditório. Não dá porque teme e se teme é porque sabe que “pintar” um quadro longe da fotografia que se pinta é fácil, próximo a ela existirá o notório: amigo você está pintando errado!
Enfim, eu preciso aprender a não ficar irritada com os seres humanos e com sua mania de falar o que não deve para proteger seu próprio autoconceito em detrimento da imagem alheia.
Preciso aprender a não ficar irritada e até magoada quando as pessoas confundem bom humor com idiotia, alegria com vulgaridade, beleza com burrice e simpatia com desvalia.
Do contrário, resta-me aprender a usar máscaras, a fechar a cara para a vida e para as pessoas para ser devidamente respeitada. Ah, então é preciso ser antipática, seca, insossa e mal educada para ser estimada como “séria”? Bem, ser mal educada eu consigo com uma facilidade extrema!
Nove em dez vezes eu me contenho por empatia, porque se eu falar o que penso em certos momentos e diante de certos questionamentos e afirmações eu consigo ser muito, muito cruel. E como vejo que existem pessoas que amam uma boa grosseria, penso que eu faria sucesso na carreira de “grosseira”. Na carreira de quem exacerba na franqueza sem ter piedade alheia, porque se acha o suprassumo do universo!
Enfim, têm dias que a gente repensa a vida, as nossas atitudes, os atos de quem nos cerca, a forma de agir de quem conhecemos e não chegamos à conclusão alguma, mas ficamos com a forte impressão de que as pessoas tem medo de pensar e, por isso, se contentam com o simples, com o fácil e, obviamente, com as aparências. Sei lá, duro viver num mundo cheio de gente idiota!  

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de abril de 2015. 

O meu feminismo: das revistas ao sexo não casual.

O meu feminismo: das revistas ao sexo não casual.

Sabe quando a gente percebe que vivemos numa sociedade machista? Quando nove em dez reportagens de revistas e na internet são no estilo: "o que eles não gostam", "as atitudes femininas que mais irritam os homens", "dicas de sexo oral com profissionais para deixar seu parceiro louco", "as roupas que eles não acham sexy", "os segredos de beleza e o treino da fulana (dona da bunda da "vez"- sempre haverá uma!) para deixar seu namorado maluco", "eles falam o que esperam numa relação a dois" e assim por diante!
Penso que se essas mesmas reportagens fossem voltadas ao público masculino eu teria tido namorados menos inaptos afetiva e emocionalmente. E "eteceteraetalmente". Deduz a mídia que só as mulheres devem agradar seus machos e lerem as reportagens toscas que publicam.
"Ah, mas é assim porque homens não comprariam revistas com dicas sobre mulheres eles gostam de economia, carros e mulher pelada." Hum, raciocínio machista esse seu meu amigo! Mil vezes ler minhas revistas de filosofia e psicanálise do que uma dessas que dão dicas do que fazer para conquistar homem.
Por que não se investe em matérias, para eles, sobre o que nós mulheres gostamos? Porque fomos feitas e ainda somos criadas para agradar e não para sermos agradadas? Ah, bom! E ainda me perguntam por que eu estou solteira. Pois é, sempre foi por opção, companheiro!
Porque homem machista que acha que a vida gira em torno do seu umbigo eu dispenso. E não falo sexualmente apenas! É preciso ser muito macho para conhecer uma mulher de forma mais profunda! É preciso ser homem com "h" maiúsculo para conhecer uma mulher realmente. E essa espécie está em extinção.
E a mídia participou disso: temos um universo de mulheres dispostas a agradar e conhecedoras dos anseios masculinos e um universo de homens que julgam ser impossível conhecer a alma feminina. Mas, tentaram quando afinal? Fazendo piadinha na internet? Ah, mas matérias com este cunho não saem na Playboy! Tinha esquecido.
Eu acredito e confio na inteligência masculina! Sim, eu sou feminista e mais, acho que o modelo machista impõe aos próprios homens o dever de serem o que naturalmente não são: tolos!
Feminismo não é repúdio ao homem, é querer que o mundo saiba que mulheres não são inferiores ou objetos e que homens que se prezam não precisam tratar como objeto quem merece seu respeito!
Sou feminista e tenho o corte de cabelo que gosto, a cor que me sinto bem e o corpo que me faz sorrir ao olhar no espelho. Não faço dieta para caber em padrões, nem malho desvairadamente para ser agradável aos olhos alheios se eu me gosto como sou. Simples assim! E sim, eu sou hetero, mas não preciso de sexo ou de homem para ser feliz.
Meu humor não se condiciona ao meu status de relacionamento. Sim, sou feminista e não curto sexo casual, porque não sou obrigada! Se já ocorreu? Ora essa, "quem nunca?". Se me senti mal? Jame! Até porque depois dos 30 você não faz nada que possa se arrepender, você aproveita e não lamenta. Mas daí a ser me imposta a obrigação de ser “super” libertina, porque sou “super” livre de espírito é manobra machista para desvirtuar a liberdade feminina e valer-se dela. E fazer dela pouco caso.
Sou feminista e acho que antes de querer que nós privilegiemos quantidade a qualidade de parceiros, os homens poderiam parar de se impor a tarefa de serem garanhões e ficarem com uma por noite. Porque eles não são cavalos, touros reprodutores, nem precisam ser promíscuos para serem homens.
Da para pensar, sentir e, assim, ser mais macho ainda! Eu preciso de mim, do meu amor próprio e se careço da companhia de alguém em algum momento da minha vida é de quem saiba amar, libertar, aceitar e cuidar. Não de qualquer um.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 28 de abril de 2015. 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Eu, espelho.

Eu, espelho.

Sim, eu sou feminista, mas, por favor, me dê o direito de ser mulherzinha! Sim, mulherzinha! Dessa que gosta de ser conquistada, que gosta de flores, que gosta de ligações, de mensagens, de joias, de presentes, de mimos, de chocolates!
Dessa que gosta de ser procurada, porque não procura, dessas que gosta de ser galanteada, porque não galanteia. Dessa que gosta que abram a porta do carro, que tratem com respeito e que chegue mostrando que valoriza.
Não, eu não vou lhe procurar. Não, eu não vou lhe ligar. Não, eu não vou lhe mandar mensagem de madrugada. O máximo que faço é um tal de “prazer conhecer-te”. E só. Se, mesmo tendo meu numero, você não me procura, não me faz convites, não toma atitude alguma, então, me perdoe, mas eu sou orgulhosa. Eu é que não farei nada!
Homens e mulheres são iguais, mas eu não sou obrigada a tomar iniciativa. Não num mundo de homens despreparados, num mundo de homens machistas que confundem simpatia, educação e cordialidade com “fácil acesso”. Num mundo de homens machistas que acham que, porque são bem sucedidos, ricos e bem vestidos devem ter a mais bela mulher aos seus pés. Bela, não valorosa, diga-se de passagem.
Quanto mais me deparo com uma imensidão masculina que não sabe distinguir educação e alegria de viver de “vulgaridade” e “facilidade”, mais eu gosto de ser como sempre fui. Direta nas palavras, discreta nas atitudes, praticamente inerte no que tange a contato com quem não me contata.
Santa? Não, nunca, jamais! Não existem mulheres santas, existem mulheres falsas e eu não sou “fazida”. Eu sou o que sou e faço o que quero. E eu não gosto de homens que não me procuram, não gostam de homens que não me galanteiam, não gosto de homens que não me tem como importante e não demonstram que me valorizam.
Simples, eu sou um espelho. Gosto de homens com atitude, porque eu não as tenho, não porque eu seja machista! Pelo contrário, eu tenho liberdade para ser o que quero e agir como eu quero, logo, não sou obrigada a procurar quem, se quisesse, me procuraria. É o meu jeito. Chato? Insuportável? Orgulhoso? Talvez. Mas sou feliz assim e meu jeito me faz bem. Com licença, mas só isso me importa.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de abril de 2015. 

Amor espelho e amor próprio.

Amor espelho e amor próprio.

Disse Pablo Neruda: “Se sou amado, quanto mais amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também, pois amor é feito espelho: tem que ter reflexo.”
Eu disse algo assemelhado recentemente numa crônica e agora só complemento com o seguinte: a vida não da pouco para uns e muito para outros. Afetivamente se contenta com pouco quem quer.
O segredo para ser feliz no amor não é casar e reproduzir a espécie, não é ter um parceiro rico, um marido bonito, uma casa arrumada e uma empregada doméstica para ajudar.
O segredo para ser feliz no amor, sequer envolve o “ter” a companhia de alguém. O segredo está em se amar, em se valorizar e em não se contentar com nada que seja pouco ou razoável.
O que justifica a frustração afetiva de muitas pessoas é a carência, a falta de amor próprio e de autoestima. É a mania de insistir no que não faz plenamente bem, é o ser mendigo de atenção alheia e aceitar suas migalhas.
O que separa uma pessoa feliz de uma infeliz não são milhões, carro importando, fotos com a família em Paris ou mansões: é o apreço do indivíduo por si mesmo. É o quanto ele se valoriza e o quão bem ele se sente sendo quem ele é.
E, acredite, você não precisa ser rico, ser casado e ser lindo para ser feliz consigo mesmo! Você só precisa aceitar seus defeitos, respeitar seus limites, querer ir adiante, mas perdoar a si mesmo por não ser perfeito e, assim, gostar de si, aceitar-se e ser contente com quem foi e com quem se tornou na vida.
Sem amor próprio você se escraviza. Torna-se escravo de paixões vãs, aceita quem não é bom o suficiente e quem não lhe dá o que você merece. Afinal, se nem você se dá o valor, o respeito e o amor que merece, obviamente, você não se quedará ao lado de quem lhe dê. Ninguém recebe de alguém o que nem chega a se dar.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de abril de 2015. 

Alunos, professores e avaliações.

Alunos, professores e avaliações.

Se você é aluno do curso de Direito e não consegue identificar "ironia" em questões objetivas, então você está fazendo o curso errado, afinal, se o conteúdo das avaliações é exatamente o que foi dado em sala de aula, obviamente as questões irão requerer certa astúcia e autoconfiança para serem respondidas!
Convenhamos que sem interpretação de texto e de sarcasmo lhe será impossível passar até na primeira fase da OAB. Chega em época de provas, é o tal do aluno reclamando de professor, postando indireta, se sentindo cheio da razão.
Ah, “porque o professor não cobra o que leciona”, “ah, porque a prova é tão confusa quanto a aula”. Sempre, quando não é um argumento é outro. E a culpa é sempre da inaptidão do professor.
Estranho, pois uns tiveram rendimento de 100%, outros de 90%, muitos de 80%, mas você não se conforma com a prova, porque foi “mal elaborada”. Ou será que você sentiu-se prejudicado, porque não conseguiu entender?
"Ruim", "mediano" ou medíocre é o professor que cobra o que não explicou, que cobra em avaliação conteúdo que não foi dado, que descumpre ementa, que insiste só na parte que ele "compreende" bem da matéria e deixa o resto de fora para não ter que estudar e repassar o aprendizado.
Ruim é o professor que cobra com profundidade o que deu superficialmente, ruim é o professor que coloca em prova o que nunca mencionou em sala de aula. Com exceção desta situação, infelizmente, a falha está no estudo e na sua capacidade de compreender o que lhe é dito.
Simples! Se o professor passou o conteúdo, falou a respeito, tendo frisado o que era “mais” ou “menos” importante e você não obteve o rendimento esperado, meu caro, faça mea culpa. A dificuldade é sua!
Sempre deixei claro para meus alunos que "malícia" se faz necessária! E não por maldade do mestre, mas por necessidade na vida, no exame da OAB e em todas as demais provas que os bacharéis terão na sua vida!
Saber interpretar e ser seguro é tão importante quanto estudar! Às vezes, em minha não longa carreira de docente, sinto que o aluno não quer uma prova, ele quer as respostas! Ele não quer pensar sobre, refletir, sopesar, interpretar até vírgulas (sim, até isso é necessário!), ele quer acertar, ele quer o óbvio.
E se fosse para ser óbvio não seria avaliação! A avaliação contempla desde a concentração até a astúcia do aluno. Lamento muito os que não a tem, mas nunca é tarde para aprender, talvez por isso sejam acadêmicos e não mestres.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de abril de 2015. 

Ausência de classe: deles e delas.

Ausência de classe: deles e delas.

Então numa sexta-feira à noite, após aplicar provas pela manha e se desapontar com uns bons alunos, você aplica prova para aproximadamente 90 alunos estressados, nervosos e preocupados.
Uma aluna se “sai mal” com você, você se “sai mal” com a aluna, fica com pena, se preocupa, sente dor de cabeça e resolve ir tomar uma cerveja com sua amiga mais confiável num bar homônimo a muitas senhoritas da cidade.
Chegando ao lugar um monte de conhecidos lhe cumprimentam, você educadamente retribui, um resolve lhe mandar whattsapp agindo inoportunamente, vez que você recém tinha rejeitado uma ligação dele. Outro liga, você ignora. A sua mesa enche, chega um conhecido de longa data e começa um papo bom, daqueles que a gente tem com quem conhece mais profundamente.
De repente um sujeito que estava lá lhe liga para convidar para ir numa festa numa piscina “não sei aonde”. Você se sente ofendida e acaba sendo taxativa de que não aceita convites assim, não quer a sua companhia e está bem onde está.
E continua com seus amigos se divertindo, quando, novamente recebe uma ligação, desta vez de um amigo respeitável de uma colega que estava no local quando você chegou! Então, a raiva: 23 horas! E a cegueira por ela causada: “Caramba, por acaso você tem cara de piranha?”.
O que fazer para os homens agirem cavalheirescamente nessa cidade? “Ah, mas o fulano é bem relacionado e o outro é político". Sim, e daí? É só por ter dinheiro e poder que as pessoas merecem o meu respeito ou elas merecem o meu respeito se me tratarem como eu acho digno ser tratada? Sei lá, como amiga e não como “disque puta”, para começar a história.
Passado isso, em plena segunda-feira, você com a cabeça cheia, adoentada da sinusite e com um inventário com prazo para cumprir no RS vêm uma conhecida e te chama no whatssap dizendo que você foi injusta e diz que “não vê razão para você estar valorizando tanto o seu passe”.
Vulgaridade do termo a parte (não sou jogador de futebol e nem cobro por encontros, então acho esse termo vulgar, além de medíocre), qual é o problema das pessoas? Por acaso mulheres não poderiam se colocar no lugar de mulheres?
Primeiro, se fui grossa com “A” é com “A” que devo conversar, segundo, apesar de realmente me valorizar demais, acho indicio de autovalorização módica não aceitar convites depois das 23h! Acho isso básico, corriqueiro, compreensível.
O que não deve ser para muitas num mundo em que algumas ligam para ex-ficante depois das três da manha! E, convenhamos que depois da segunda ligação inconveniente numa noite era de estar ofendida mesmo! A primeira sexta-feira que saio em Sorriso solteira, depois de dois meses de namoro, termino me estressando.
Sei lá, o problema talvez seja eu ou talvez os homens não saibam mais diferenciar o joio do trigo. É sorridente, educada e esteticamente agradável, então é “fácil”. Olha, meu amigo, que erro feio! Que erro rude!
E, para finalizar a história, convém contar que meu pai me chamava de jaguatirica desde criança. Sempre fui brava, ademais, de onde vim, da minha terra, só se faz ligação às 23h da noite para garota de programa. Ou para quem tenha um “passe” barato, o que não é o meu caso. Nem nunca será. Então, me tratou como não deve, lamento, mas você vai sair tão ou mais ofendido do que eu me senti.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 27 de abril de 2015. 

domingo, 26 de abril de 2015

Sabendo apegar, sabendo desapegar!

Sabendo apegar, sabendo desapegar!

Desapegue-se! Desapegue-se do que não faz sorrir, do que lhe pesa os ombros, do que lhe frustra. Desapegue-se de lembranças boas se o presente não é bom, desapegue de expectativas, apenas viva com realismo.
Está bom? Ótimo! Fique. Não está? Chute a bola, siga adiante, desapegue-se! A vida é muito curta para você manter-se com quem não lhe faz bem por medo de ousar, por medo de se desfazer de expectativas passadas e frustradas.
Seja leal consigo mesmo! As coisas não precisam ser eternas para lhe fazerem bem, elas só precisam ser boas. Só precisam lhe marcar, lhe agradar pelo tempo exato em que forem boas.
Está para nascer um ser humano tão desapegado quanto eu! E essa é uma das minhas maiores virtudes. Eu me apego por quem se apega por mim e desapego quando analiso e concluo que mereço um "apego" melhor. Simples assim! Ao menos para mim.
Se eu sempre fui assim? Não, obviamente não. O desapego é algo que a gente conquista junto com a maturidade. Termino um relacionamento hoje e não fico remoendo expectativas ou algo assemelhado. Na verdade eu nem cultivo tantas expectativas quanto uma época cultivava.
De tudo em minha vida tenho apenas uma meta: manter-me em paz e feliz, continuar sendo feliz. Não busco a cura para nada, porque não preciso ser curada, não preciso ser salva, não preciso ser realizada ou “feita” feliz, porque eu já sou. A esta altura da minha vida eu quero apenas manter o que já conquistei sozinha ou acompanhada, ocorre que, se for esta (segunda) a minha opção, então que seja bem, muito bem acompanhada!
Logo, se percebo incômodos e inconvenientes na companhia de alguém eu desapego! Simples. Não tenho paciência para tolerar, não tenho paciência com o que não me agrada e me perturba. Eu quero a cereja do bolo, a alegria, a paixão, o lado bom. Quero o que aumente minha alegria, não o que a abale. Quero ser eu mesma e rir ainda mais, quero borrar meu batom, não aceito borrar o rímel.
Ninguém no mundo vale um rímel borrado, uma cara fechada, mil encucações e insegurança. A regra na vida não é apenas o desapego, mas o saber com quem e até quando se apegar. É uma questão de viver o momento: agora com alguém, amanha sozinha, mas sempre feliz e de bem com a vida!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de abril de 2014.

Contraditório.

Contraditório.

Não acredite plenamente em algo que você não viu, só ouviu! Cada pessoa tem uma versão dos fatos que vivencia, se você não esteve presente quando os mesmos ocorreram, resigne-se e não acredite piamente no que ouve.
Até como principio processual existe o contraditório para que o julgador, na busca pela “verdade real” (o que seria mais aproximado do que de fato ocorreu vez que ele não foi testemunha ocular), haja de forma certeira, e você aí, acreditando cegamente no que uma pessoa lhe conta.
Você não precisa duvidar, não precisa menosprezar quem lhe narra um fato, precisa saber, apenas, que cada ser humano tem as suas razões e, consequentemente, a sua versão de tudo o que lhes ocorre. Sem ouvir os dois ou mais lados de uma história você sempre estará mais próximo da ilusão do que da verdade.
Se você quer saber algo que não viu ouça o máximo de pessoas a respeito dele. Se você ouvir apenas uma versão e acreditar nela, aí minha filha, você estará sendo trouxa, muito trouxa!
É um anseio humano ter boa fama, em que pese o homem não envide o mesmo esforço para ser bom. Enfim, via de regra, ao lhe contar um fato a pessoa não vai narrar seus equívocos com a mesma precisão que irá narrar os do outro.
Enfim, a criatura omitirá o que lhe interessa e contará o que lhe deixa em vantagem. Simples! É instintivo e até natural. O que é uma questão de escolha, de escolha tola, por sinal, é você acreditar cegamente numa pessoa e numa história que lhe contam se você não esteve presente.
Não acreditar cegamente, frise-se, não significa duvidar. Significa, simplesmente, inserir uma análise “humana” no que ouve, significa ser sábio, significa conhecer o ser humano como criatura inerentemente “parcial”.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de abril de 2014.

Mau amor.

Mau amor.

Se tem algo que eu gosto em mim é minha personalidade espelho. Talvez por isso, depois dos 10 anos de idade nunca tive paixão platônica ou não correspondida: me da atenção, eu lhe darei atenção, me admira, eu lhe admiro, me trata bem, eu lhe trato bem, gosta de mim, vou gostar de você, se interessa por mim, me permito interessar-me por você.
Não dou o primeiro passo afetivamente. Gosto de segurança, de saber onde piso, para só depois pisar. Pode ser estranho, mas ser assim me faz muito, muito feliz! Quem eu gosto e demonstra que gosta de mim, começa a me conquistar.
Obviamente não sou o tipo que “é escolhida”, eu lanço um sinal, se a pessoa o recebe e retribui em dobro ao quadrado elevado na décima potencia, então teremos futuro. Eu só tomo atitude, efetivamente, quando sinto que estou em terra firme.
É como mergulhar no oceano ou numa piscina. Na piscina eu vejo a profundidade, a extensão, antes de jogar-me. No oceano isso é impossível, pode ser mais emocionante, mas, em que pese eu adore uma emoção forte, no que tange a minha vida afetiva eu gosto mesmo é de sentir-me segura.
Gosto de saber que estou ao lado e não à frente ou que, quiçá, o outro esteja à minha frente. O que me repele, o que me afasta é eu estar na frente no envolvimento, no gostar, no curtir o outro. Sou um espelho e, como tal, reflito o que até minha pessoa vem.
Meus sentimentos e minhas respostas não existem sem os sentimentos e respostas alheias. Eu preciso da imagem afetiva do outro para animar a demonstrar a minha. Não é covardia, é astucia afetiva. Que me faz um bem enorme, diga-se de passagem! Afinal, antes o desamor ao mau amor.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de abril de 2015.

Falocentrismo.


Falocentrismo.

O meu grande problema: ser alegre, sorridente e educada! Homens despreparados para a vida e egocêntricos (falocêntricos, para ser exata) não distinguem simpatia e educação de flerte.
Quer saber? Azar o deles! Mudar eu não mudo. Não quero. Nem consigo. Custa as pessoas terem espelho e noção do ridículo? Acho que não! Depois viram piada e acham que "abafam". Caso de tratamento psiquiátrico, com certeza!
Desde quando você sorrir, responder educadamente, ser gentil e não grosseira significa que você está a fim de um cara? Fosse assim, nove em dez atendentes de pedágio estariam flertando e não trabalhando!
Eu sorrio até para as paredes meu amigo! Eu sou uma pessoa alegre, de bem com a vida e simpática! O fato de eu ser educada com você, além de ser naturalmente sorridente só significa uma coisa: eu sou educada! E ponto final.
Será que é preciso ser grosseira e sair distribuindo “vai se enxergar” por aí?! Será que a idiotia masculina é a tal ponto grande? Agora, criatura mandar whatts com flerte, ligar para fazer convites indecorosos não é lisonjeiro, pelo contrário, é humilhante.
Primeiramente: você sabe que de bonito não tem muita coisa? Você sabe que é casado ou tem namorada? Você sabe que já se assanhou para inúmeras mulheres que conheço? Você sabe que se veste ridiculamente mal? Você sabe que sou educada, porque, sei lá, dou aula para você, por exemplo?
Ah, não, não sabe?! Então, meu caro, você precisa urgentemente fazer analise, se tratar ou coisa assim. Nem toda mulher que é alegre e de bem com a vida é piranha e está disposta a cair na sua trova de quinta categoria!
Creio que isso seja fruto de uma criação machista que faz com que às mulheres seja imposta a tarefa de se vestir como “mocinha”, a tarefa de fechar as pernas quando senta e de andar direitinho para não atrair olhares e ao homem a tarefa de “trovar” a menina que não aja de forma recatada e pseudopudica.
Aos homens é dado o direito de desrespeitar, às mulheres é imposto o dever de cercearem sua liberdade e, assim, “darem-se o devido respeito” como se não fossemos dele dignas pelo simples fato de sermos humanas e não objetos ao arbítrio das necessidades fisiológicas masculinas para os quais, convenhamos, também foi dado o direito de pensar com o pênis e não com o cérebro.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de abril de 2015.

Beleza fácil.

Beleza fácil.

O mundo carece de pessoas felizes, sinceras, educadas, bem resolvidas e com classe. A beleza é supervalorizada, sabe por quê? Porque aparência legal e conteúdo feio não vale nada.
Você não é a circunferência da sua cintura, o tamanho do seu busto e traseiro, você não é nem mesmo o seu sorriso bonito, uma pele lisinha e um olhar maquiado. Você é o que sente, o que pensa, como trata as pessoas, como vive e como encara a vida e ao outro.
Beleza é fácil ter! Basta ter grana, basta ter bom gosto, basta investir na aparência. Agora, caráter, inteligência e bom humor cirurgião plástico algum faz surgir, faz nascer.
O brilho de uma pessoa vai além da aparência, depende da alma, da essência, por isso vemos tantas pessoas belas e sem graça neste mundo. Humor, alegria, educação, classe e elegância não se compram.
Na verdade, ainda que fossem vendíveis, numa sociedade fútil e superficial não haveriam compradores. E assim o mundo segue: com pessoas plastificadas e bonitas, mas antipáticas, grosseiras e sonsas.
Uma pessoa bonita é só uma pessoa bonita, não significa que seja alguém valorizável, alguém que mereça a sua admiração, o seu apreço. Uma pessoa educada, simpática, alegre e sorridente, porém, é outro nível!
O bonito atrai olhares, mas não conquista. Nenhuma pessoa vai amar você só porque você é magra, alta, loira e linda. Isso desperta atração, não encantamento e admiração, porque quem ama, minha amiga, ama aquilo que não vê e, seguidamente, nem explica, mas, com toda certeza, não é a aparência.
A beleza pode fazer alguém se manter com você para lhe exibir, nunca porque ama. É preciso muito, muito mais que um rosto e um corpo lindo para tocar a alma de alguém. A menos de alguém que valha a pena. O resto? Ah, o resto não vale coisa alguma!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de abril de 2015.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Livre e sem obediência.

Livre e sem obediência.

Fico plenamente entediada e anojada do ser humano quando leio em revistas algo como "o que eles gostam ou não gostam no 'não sei o que' delas". Da mesma forma ao ler reportagens que focam nossos atos, corpos, roupas e aparência na predileção masculina.
Porque o machismo depende do servilismo feminino para existir. E isso me anoja! Tenho o corpo que amo, o cabelo com o qual me sinto elegante e linda (não tenho síndrome de Sansão o meu melhor ainda está dentro da cabeça!), uso o batom que quero, pinto as unhas das cores que me agradam.
Visto-me de acordo com o meu gosto, passo o perfume que gosto e, se uso decote, short, transparência ou tiro selfie não é para agradar macho! É porque quero, porque me gosto e me curto!
O único homem cuja opinião me agradava era o meu pai há mais de 10 anos quando ele bancava meus estudos e sustentava. E vai pedir pra ele se eu era "obediente"! Se eu pedia conselhos, se eu seguia suas opiniões acerca de vestes e afins! Nunca fui servil. Nunca serei. E nunca vou ser!
Existem pessoas cuja alma é indomável. Existem pessoas que se amam tanto que são plenamente livres. Mesmo que não possam dizer “estou indo neste momento para New York e volto quando eu quiser”, existem pessoas cuja alma e posse dela mesma que possuem as liberta para que elas sejam, façam e vivam como bem entenderem.
Eu sou dessas pessoas e, quer saber? Amo muito ser eu. Está para nascer homem cuja opinião cerceie meus atos, meus gestos e ao redor de cujos gostos meu jeito irá “girar”. Da mesma forma, parafraseando o capitão Rodrigo Cambará: “Ainda não inventaram a bala que há de me matar”. Nem a pessoa que vai me prender, porque amor não é prisão. Amar é ser livre a dois.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 23 de abril de 2015.


As mentiras que o homem conta para si. E para os outros.

As mentiras que o homem conta para si. E para os outros.

O ser humano e os mecanismos de defesa do ego, em especial a negação e a projeção: sinistro! Primeiramente, até hoje todas as pessoas maldosas e insanas que conheci se apregoam honestas, decentes, equilibradas e eximias seguidoras da moral e dos bons costumes. Mas nunca foram!
Quanto mais autoelogios, menos virtudes! Francamente a mente humana deve ser mais profundamente estudada, porque a dissimulação do ser humano não tem fim, mas tem explicação, só que deixo ela a cargo do psicólogo ou psicanalista que esse povo devia consultar, mas não vai!
Porque todo ser doente que se preze, não reconhece sua doença, assim como todo mau caráter que se preze nunca chegará e olhará nos seus olhos dizendo: “eu não valho o que defeco.”. Os outros são "errados", não eles. Os outros pecam, invejam e são moralmente devassos. Eles? Eles nunca!
Eles vivem “agradecendo a Deus” as benesses que tem, agradecendo a tudo que lhes acontece, “orando” por aqueles que, por conhecer a verdade a seu respeito, falam “mal” deles.
O mentiroso contumaz se diz ser aquele que “odeia” mentiras, que nunca mente, que é incapaz de enganar alguém. O desonesto se diz incapaz de ludibriar a outra pessoa para obter lucro, aquele que inferniza a vida alheia se diz incapaz de incomodar ao outro.
Enfim, são pessoas verbalmente perfeitas as que não valem nada! Não conheci uma pessoa realmente problemática, assim como não conheci nenhum alcoólatra que confessasse seu alcoolismo, nenhum doente mental realmente grave que dissesse que está precisando procurar um psicanalista ou psiquiatra.
Parece que essas pessoas se mantém firmes e altivas enganando a si mesmas e as outras, fazendo-se passar por quem não são, encarnando o papel de uma personalidade que nunca tiveram ou terão. Lamentável! E é por isso que o meu lema é e sempre será: não me diga nada, não fale muito, apenas seja!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de abril de 2015.

Hashtag somos todas Laura.

Hashtag somos todas Laura.

Sobre a polêmica da travesti espancada por policiais e sobre o seu ato ao ter, segundo entrevista que li, agredido a idosa Laura de 73 anos de idade (o que motivou sua prisão): sabe, porque o fato ocorrido após a prisão chama a atenção, em especial de entidades de direitos do homem? Porque foi agressão cometida quando a cidadã estava sob custodia policial!
Foi ato cometido por policiais no exercício de sua “função”! Ou seja, nas mãos do Estado! Se ela provavelmente cometeu um ilícito agredindo a vizinha? Será apurado em investigação e realizada denuncia penal de forma que a Verônica será criminalmente responsabilizada, porque assim é a lei.
Agora, achar que a criatura ser espancada por policiais cruéis e violentos é algo que não deve chamar a atenção de entidades defensoras dos direitos do homem ah, então você não sabe nada de Direito, menos ainda de Direitos Humanos, menos ainda de dignidade, menos ainda de princípios morais.
A Verônica foi espancada porque além de negra e pobre ela é travesti, não foi pela vileza do delito que justificou seu segregamento. Basta analisar o caso de outras mulheres que cometeram atos terríveis: Suzane Von Richthofen, Elise Matusunaga, Ana Carolina Jatobá, Graciele Uguline.
Alguma dessas foram expostas a tamanha humilhação, alguma foi espancada? Não, pois são mulheres, brancas, de classe média alta, que, provavelmente, tiveram advogados renomados defendendo seu caso. Esse preconceito velado que explode em determinados momentos me indigna, me anoja.
Enfim, usar hashtag “somos todas Laura” significa algo assim: “Defendo a idosa espancada e bem feito para a travesti espancada por policiais, porque sou a favor da lei de talião. Desde que o ‘vingado’ seja pobre, preto ou homossexual”. Sendo assim, parabéns, você é um belo reaça fascista!

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de abril de 2015.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O “deixado”.

O “deixado”.

Nunca duvide das mensagens subliminares! "A minha ex me deixou. A minha ex antes dela também me deixou!". Não pense que com você será diferente: o cidadão apresenta "vícios", defeitos que as outras companheiras do sexo feminino não suportaram!
Acredite, mulheres não costumam dar o pé na bunda alheia em vão! Se o sujeito tem histórico grande de foras, o problema está nele. Ninguém doa roupa que está nova e serve bem né?! Com homens e mulheres é a mesma coisa.
Portanto, amiguinha não pense que seus "países baixos" farão milagre, porque não farão! Seja humilde e fuja enquanto há tempo! Não convém insistir. Quem sempre é deixado, sempre é deixado por algum motivo!
Acho que as mulheres são pouco unidas ou, ao menos, muito egocêntricas. A maioria acha que o problema era a outra. Eu, confesso, sempre fico com um pé atrás quando um cara me conta que tomou um fora, prefiro e confio mil vezes mais no que teve brio para findar a relação passada. Todavia, nem sempre o meu “pé atrás” me impediu de seguir adiante. Tolice a minha!
Eu sempre me indagava: “Ora, mas se ele é tão bom quanto parece, por que as outras o deixaram?”. Eu mesma me consolava dizendo que ninguém é obrigado a gostar de ninguém. O que não deixa de ser uma verdade, mas, amiguinha: sequencia de foras, é de se desconfiar!
Nove em dez mulheres se acomodam, em especial depois de terem filhos, logo, não pense que o sujeito é tão excelente assim para a ex preferir ficar sozinha a ter a sua companhia. Ah, não é, não é mesmo!
Costumeiramente o cidadão repete erros. As mesmas magoas causadas nas que desistiram dele anteriormente serão causadas em você. Ele vai mostrar quem é, vai mostrar seus defeitos e, então, vai depender do seu amor próprio, ou melhor, da ausência dele, para a sua relação se manter.
A menos que o sujeito mude, mas, sei lá, meu amigo House dizia que as pessoas não mudam. Na maioria dos casos, o fato é que não mudam mesmo. Talvez se fizerem analise, se quiserem, se acharem compensador, mas, por amor a você e ao seu belo corpinho, acredite, ninguém mudará! Você pode ser gostosa, mas orgasmo e corpo bonito não fazem milagres.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 22 de abril de 2014.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Intolerância e ética da reciprocidade.

Intolerância e ética da reciprocidade.

O fato de uma pessoa pertencer a uma minoria não a faz boa de coração ou tolerante. Por mais que tais pessoas costumem ser vitimas de preconceito nem sempre elas têm empatia com o outro que é deles diferente por outro motivo.
Humanidade, respeito, tolerância e bondade não é mérito dos que são vitimas de desrespeito e intolerância, são méritos de quem é bom de coração, de essência, de mente! E você, amiguinho não “tolera” o que? Seja o que for, compreenda: o problema esta em você e não no outro.
Preconceito: é ruim e difícil ser vitima, mas é fácil e até “divertido” ser “autor”, eis a questão! É “a gorda”, “o nordestino”, “a tábua”, “a bicha”, “a feia”, “o barrigudo”, e por aí adiante.
O outro tem virtudes, defeitos e peculiaridades que você não tem, logo, você consegue se sentir mais forte pisando na autoestima alheia, menosprezando o outro, fazendo pouco caso da humanidade dele. Logo, você é um ser humano muito, muito infeliz!
Reveja seus conceitos, se coloque no lugar do outro e se autoanalise antes de apontar o dedo para quem pertence a uma “minoria” diferente da sua. Já ouviu falar na ética da reciprocidade?
Acredite ela faz parte, mas não é oriunda da religião cristã ou de qualquer uma. Ela é filosófica: não faça aos outros o que não gostaria que eles lhe fizessem. Se você não vive de tal forma, você não é somente um “mau religioso”, você é uma má pessoa.
Qual o seu problema com os diferentes? Deixe o gordo ser gordo, o esquálido ser esquálido, o comunista ser comunista, o travesti ser travesti, o negro ser negro, a loira ser loira, o alemão ser alemão, o de “direita” ser de “direita”. Se você não gosta de gordura corporal, cuide do seu corpo, não da aparência alheia!
Se você não gosta de gays, não transe com gays, eles não vão lhe violentar! Se você não gosta de comunistas, não se junte a sua doutrina. Leia, estude e tenha os seus argumentos, mas só os use quando necessário e solicitado for.
Você não é melhor do que o outro por ser magro, por ser “cochinha”, por ser heterossexual. Você só é uma pessoa com “fantasmas” internos fortes, uma criatura que não ama a si mesma e que só se sente bem atribuindo ao outro características ofensivas e pejorativas. Enfim, você é um idiota hipócrita que precisa de tratamento psicológico!  


Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 20 de abril de 2014


Precisa se benzer!

Precisa se benzer!

"Você precisa se benzer para deixar de namorar caras que você dispensa logo depois!". Não, eu sou é exigente e a cada relação saio com mais requisitos para buscar no próximo. Não, porque quem termina sou eu e eu não sofro dor de rejeição.
Aproveito o lado bom, aprendo, cresço e sigo altiva. Não, porque a vida é risco e eu sempre gostei de riscos intensos, sérios e apaixonados. Agora, você que liga pra macho de madrugada e "encarna" em homem que não lhe quer ou que tem outra poderia se benzer para ver se a Santa Vergonha na Cara lhe dá um help! Isso é digno!
É muita mulherada mal resolvida, a caça de namorado ou de amante querendo bancar a dona da idoneidade moral para lhe dar conselho. Filha, eu só sou uma pessoa que gosta de relações sérias, é exigente, mas não tem paciência para algumas diferenças.
Aliás, a minha lista do tolerável esta diminuindo na medida em que a do intolerável está aumentando. A cada nova relação a gente se conhece, a gente aprende nossos limites. Entramos cientes do que desejamos e saímos conscientes do que não desejamos, apesar do que fora desejado, sacou?
E você que não namora sério com ninguém? Que transa em fim de noite com quem passou a noite atrás de “coisa melhor”? Você que mal conhece o cidadão e fica fazendo convites para o sujeito? Você que dá trela pra homem casado e quer se fazer de santa? Ah, você tem sorte? Conta outra filha!
No amor não existe sorte ou azar, existem escolhas. Eu faço as minhas e quando vejo que me equivoquei, “beijinho no ombro” pro cara e tchau! Mas ao menos eu conheci alguém, aprendi algo com a relação e adquiri experiência e maturidade. E você, adquiriu o que? Antes de cuidar da vida alheia queridinha, cuide da sua autoestima, quem precisa dela é só você!
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 20 de abril de 2014.

Sem melosidade verbal, por favor!

Sem melosidade verbal, por favor!

Pessoas que se aproximam de uma ilustre desconhecida e rapidamente passam a chamá-la de “paixão”, “amor”, “coração” e “gata”: por que fazem isso? O que pensam? Deduzem que as mulheres são carentes? Não sabem conquistar?
Acham que ser “meloso” é ser romântico? Acham que palavrinha bonita afasta a idiotia inerente ao momento inoportuno em que são usadas? Acham que convencem alguém?
E se convencem: quem são as mulheres que gostam disso? Qual o “CID” da doença psiquiátrica que possuem? Por que são tão tolas? Por que se comovem com pouco (quase nada)?
Enfim, que gente sem noção é essa que usa palavrinhas adocicadas sem nem conhecer direito a outra e que tipo de gente sem noção ao quadrado elevada na décima potencia se comove com elas? As perguntas que não querem calar hoje e sempre em minha mente.
Sobre mim, uns apontamentos: não “mio” para ser chamada de gata, não lhe conheço para ser chamada de paixão, amor ou coração, não sou seu carro para ser chamada de sua (a versão piorada do “oi paixão” é o “oi minha paixão”).
Não sei se essa melosidade falsa é fruto do mundo que mais fala do que faz. Uma pessoa mal lhe conhece e chama assim, obviamente ela faz isso com todas (ou você é tapada o suficiente para se achar “especial”?), logo, é um reflexo do mundo que diz eu te amo só porque o pau tá duro.
Uma espécie de vulgarização dos sentimentos, ou melhor, das palavras sentimentais. É muito “eu te amo”, é muito “amor da minha vida” para pouco amor, ternura, respeito, afeto, admiração e cuidado.
Enquanto você não me conhecer bem, por favor, me chame de Cláudia. De Cláu talvez. Não ouse me chamar de “Claudinha”, porque eu detesto diminutivos e de “inha” não tenho nada, nem a paciência. Enquanto você não me amar, me chame de “linda”, até de “gostosa” entre quatro paredes se tivermos algo sério.
Mas, por favor, não seja como meus últimos namorados que disseram que me “amavam” em menos de 15 dias de namoro! E ouviram também, sabe por quê? Porque eu pago falsidade com falsidade e, convenhamos, tem horas que um “eu te amo” cai bem, mas ele não passa de algo tipo “ai, que sexo bom” se não tiver atitudes amorosas, carinho, cuidado. E sexo bom a gente encontra até pagando por aí, não precisa usar frases de efeito.  

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 20 de abril de 2014.