Amor espelho e amor próprio.
Disse Pablo Neruda: “Se sou amado, quanto mais
amado mais correspondo ao amor. Se sou esquecido, devo esquecer também, pois
amor é feito espelho: tem que ter reflexo.”
Eu disse algo assemelhado recentemente numa crônica
e agora só complemento com o seguinte: a vida não da pouco para uns e muito
para outros. Afetivamente se contenta com pouco quem quer.
O segredo para ser feliz no amor não é casar e
reproduzir a espécie, não é ter um parceiro rico, um marido bonito, uma casa
arrumada e uma empregada doméstica para ajudar.
O segredo para ser feliz no amor, sequer envolve o “ter”
a companhia de alguém. O segredo está em se amar, em se valorizar e em não se
contentar com nada que seja pouco ou razoável.
O que justifica a frustração afetiva de muitas
pessoas é a carência, a falta de amor próprio e de autoestima. É a mania de
insistir no que não faz plenamente bem, é o ser mendigo de atenção alheia e
aceitar suas migalhas.
O que separa uma pessoa feliz de uma infeliz não
são milhões, carro importando, fotos com a família em Paris ou mansões: é o
apreço do indivíduo por si mesmo. É o quanto ele se valoriza e o quão bem ele
se sente sendo quem ele é.
E, acredite, você não precisa ser rico, ser casado
e ser lindo para ser feliz consigo mesmo! Você só precisa aceitar seus
defeitos, respeitar seus limites, querer ir adiante, mas perdoar a si mesmo por
não ser perfeito e, assim, gostar de si, aceitar-se e ser contente com quem foi
e com quem se tornou na vida.
Sem amor próprio você se escraviza. Torna-se
escravo de paixões vãs, aceita quem não é bom o suficiente e quem não lhe dá o
que você merece. Afinal, se nem você se dá o valor, o respeito e o amor que
merece, obviamente, você não se quedará ao lado de quem lhe dê. Ninguém recebe
de alguém o que nem chega a se dar.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de abril de 2015.
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