Falocentrismo.
O meu grande problema: ser alegre, sorridente e
educada! Homens despreparados para a vida e egocêntricos (falocêntricos, para
ser exata) não distinguem simpatia e educação de flerte.
Quer saber? Azar o deles! Mudar eu não mudo. Não
quero. Nem consigo. Custa as pessoas terem espelho e noção do ridículo? Acho
que não! Depois viram piada e acham que "abafam". Caso de tratamento
psiquiátrico, com certeza!
Desde quando você sorrir, responder educadamente,
ser gentil e não grosseira significa que você está a fim de um cara? Fosse
assim, nove em dez atendentes de pedágio estariam flertando e não trabalhando!
Eu sorrio até para as paredes meu amigo! Eu sou uma
pessoa alegre, de bem com a vida e simpática! O fato de eu ser educada com
você, além de ser naturalmente sorridente só significa uma coisa: eu sou
educada! E ponto final.
Será que é preciso ser grosseira e sair
distribuindo “vai se enxergar” por aí?! Será que a idiotia masculina é a tal
ponto grande? Agora, criatura mandar whatts com flerte, ligar para fazer
convites indecorosos não é lisonjeiro, pelo contrário, é humilhante.
Primeiramente: você sabe que de bonito não tem
muita coisa? Você sabe que é casado ou tem namorada? Você sabe que já se
assanhou para inúmeras mulheres que conheço? Você sabe que se veste
ridiculamente mal? Você sabe que sou educada, porque, sei lá, dou aula para
você, por exemplo?
Ah, não, não sabe?! Então, meu caro, você precisa
urgentemente fazer analise, se tratar ou coisa assim. Nem toda mulher que é
alegre e de bem com a vida é piranha e está disposta a cair na sua trova de
quinta categoria!
Creio que isso seja fruto de uma criação machista
que faz com que às mulheres seja imposta a tarefa de se vestir como “mocinha”, a
tarefa de fechar as pernas quando senta e de andar direitinho para não atrair
olhares e ao homem a tarefa de “trovar” a menina que não aja de forma recatada
e pseudopudica.
Aos homens é dado o direito de desrespeitar, às
mulheres é imposto o dever de cercearem sua liberdade e, assim, “darem-se o
devido respeito” como se não fossemos dele dignas pelo simples fato de sermos
humanas e não objetos ao arbítrio das necessidades fisiológicas masculinas para
os quais, convenhamos, também foi dado o direito de pensar com o pênis e não com
o cérebro.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de abril de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.