Ausência de classe: deles e delas.
Então numa sexta-feira à noite, após aplicar provas
pela manha e se desapontar com uns bons alunos, você aplica prova para
aproximadamente 90 alunos estressados, nervosos e preocupados.
Uma aluna se “sai mal” com você, você se “sai mal”
com a aluna, fica com pena, se preocupa, sente dor de cabeça e resolve ir tomar
uma cerveja com sua amiga mais confiável num bar homônimo a muitas senhoritas
da cidade.
Chegando ao lugar um monte de conhecidos lhe
cumprimentam, você educadamente retribui, um resolve lhe mandar whattsapp
agindo inoportunamente, vez que você recém tinha rejeitado uma ligação dele. Outro
liga, você ignora. A sua mesa enche, chega um conhecido de longa data e começa
um papo bom, daqueles que a gente tem com quem conhece mais profundamente.
De repente um sujeito que estava lá lhe liga para
convidar para ir numa festa numa piscina “não sei aonde”. Você se sente
ofendida e acaba sendo taxativa de que não aceita convites assim, não quer a
sua companhia e está bem onde está.
E continua com seus amigos se divertindo, quando,
novamente recebe uma ligação, desta vez de um amigo respeitável de uma colega
que estava no local quando você chegou! Então, a raiva: 23 horas! E a cegueira
por ela causada: “Caramba, por acaso você tem cara de piranha?”.
O que fazer para os homens agirem cavalheirescamente
nessa cidade? “Ah, mas o fulano é bem relacionado e o outro é político". Sim,
e daí? É só por ter dinheiro e poder que as pessoas merecem o meu respeito ou
elas merecem o meu respeito se me tratarem como eu acho digno ser tratada? Sei
lá, como amiga e não como “disque puta”, para começar a história.
Passado isso, em plena segunda-feira, você com a
cabeça cheia, adoentada da sinusite e com um inventário com prazo para cumprir
no RS vêm uma conhecida e te chama no whatssap dizendo que você foi injusta e
diz que “não vê razão para você estar valorizando tanto o seu passe”.
Vulgaridade do termo a parte (não sou jogador de
futebol e nem cobro por encontros, então acho esse termo vulgar, além de
medíocre), qual é o problema das pessoas? Por acaso mulheres não poderiam se
colocar no lugar de mulheres?
Primeiro, se fui grossa com “A” é com “A” que devo
conversar, segundo, apesar de realmente me valorizar demais, acho indicio de autovalorização
módica não aceitar convites depois das 23h! Acho isso básico, corriqueiro,
compreensível.
O que não deve ser para muitas num mundo em que
algumas ligam para ex-ficante depois das três da manha! E, convenhamos que
depois da segunda ligação inconveniente numa noite era de estar ofendida mesmo!
A primeira sexta-feira que saio em Sorriso solteira, depois de dois meses de
namoro, termino me estressando.
Sei lá, o problema talvez seja eu ou talvez os
homens não saibam mais diferenciar o joio do trigo. É sorridente, educada e
esteticamente agradável, então é “fácil”. Olha, meu amigo, que erro feio! Que
erro rude!
E, para finalizar a história, convém contar que meu
pai me chamava de jaguatirica desde criança. Sempre fui brava, ademais, de onde
vim, da minha terra, só se faz ligação às 23h da noite para garota de programa.
Ou para quem tenha um “passe” barato, o que não é o meu caso. Nem nunca será. Então,
me tratou como não deve, lamento, mas você vai sair tão ou mais ofendido do que
eu me senti.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de abril de 2015.
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