Livre e sem obediência.
Fico plenamente entediada e anojada do ser humano
quando leio em revistas algo como "o que eles gostam ou não gostam no 'não
sei o que' delas". Da mesma forma ao ler reportagens que focam nossos
atos, corpos, roupas e aparência na predileção masculina.
Porque o machismo depende do servilismo feminino
para existir. E isso me anoja! Tenho o corpo que amo, o cabelo com o qual me
sinto elegante e linda (não tenho síndrome de Sansão o meu melhor ainda está
dentro da cabeça!), uso o batom que quero, pinto as unhas das cores que me
agradam.
Visto-me de acordo com o meu gosto, passo o perfume
que gosto e, se uso decote, short, transparência ou tiro selfie não é para agradar
macho! É porque quero, porque me gosto e me curto!
O único homem cuja opinião me agradava era o meu pai
há mais de 10 anos quando ele bancava meus estudos e sustentava. E vai pedir
pra ele se eu era "obediente"! Se eu pedia conselhos, se eu seguia
suas opiniões acerca de vestes e afins! Nunca fui servil. Nunca serei. E nunca
vou ser!
Existem pessoas cuja alma é indomável. Existem pessoas
que se amam tanto que são plenamente livres. Mesmo que não possam dizer “estou
indo neste momento para New York e volto quando eu quiser”, existem pessoas
cuja alma e posse dela mesma que possuem as liberta para que elas sejam, façam
e vivam como bem entenderem.
Eu sou dessas pessoas e, quer saber? Amo muito ser
eu. Está para nascer homem cuja opinião cerceie meus atos, meus gestos e ao
redor de cujos gostos meu jeito irá “girar”. Da mesma forma, parafraseando o capitão
Rodrigo Cambará: “Ainda não inventaram a bala que há de me matar”. Nem a pessoa
que vai me prender, porque amor não é prisão. Amar é ser livre a dois.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 23 de abril de 2015.
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