Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 26 de abril de 2015

Mau amor.

Mau amor.

Se tem algo que eu gosto em mim é minha personalidade espelho. Talvez por isso, depois dos 10 anos de idade nunca tive paixão platônica ou não correspondida: me da atenção, eu lhe darei atenção, me admira, eu lhe admiro, me trata bem, eu lhe trato bem, gosta de mim, vou gostar de você, se interessa por mim, me permito interessar-me por você.
Não dou o primeiro passo afetivamente. Gosto de segurança, de saber onde piso, para só depois pisar. Pode ser estranho, mas ser assim me faz muito, muito feliz! Quem eu gosto e demonstra que gosta de mim, começa a me conquistar.
Obviamente não sou o tipo que “é escolhida”, eu lanço um sinal, se a pessoa o recebe e retribui em dobro ao quadrado elevado na décima potencia, então teremos futuro. Eu só tomo atitude, efetivamente, quando sinto que estou em terra firme.
É como mergulhar no oceano ou numa piscina. Na piscina eu vejo a profundidade, a extensão, antes de jogar-me. No oceano isso é impossível, pode ser mais emocionante, mas, em que pese eu adore uma emoção forte, no que tange a minha vida afetiva eu gosto mesmo é de sentir-me segura.
Gosto de saber que estou ao lado e não à frente ou que, quiçá, o outro esteja à minha frente. O que me repele, o que me afasta é eu estar na frente no envolvimento, no gostar, no curtir o outro. Sou um espelho e, como tal, reflito o que até minha pessoa vem.
Meus sentimentos e minhas respostas não existem sem os sentimentos e respostas alheias. Eu preciso da imagem afetiva do outro para animar a demonstrar a minha. Não é covardia, é astucia afetiva. Que me faz um bem enorme, diga-se de passagem! Afinal, antes o desamor ao mau amor.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 26 de abril de 2015.

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