Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 7 de abril de 2015

Eu e eu.

Eu e eu.

Eu não sou uma pessoa com vocação para cuidar de nada que dependa de mim para existir. Eu mato cactos. Todas as orquídeas que ganhei morreram. Eu me divirto e sinto prazer cuidando de mim, da minha pele, da minha cultura, da minha aparência, do meu estomago, judiando do meu fígado, inclusive e sem culpa.
Quando eu tinha 20 anos eu me visualizava mãe. Não por ter instinto, mas por me conhecer menos do que me conheço hoje. Eu quero me divertir muito na vida ainda! Quero viajar, quero beber vinhos caros, quero sair sem rumo, quero curtir minha liberdade e fazer comigo tudo o que ser mãe me impediria.
Só que a sociedade exige filhos, como se sem tê-los mulher não fosse mulher, fosse um ser frio e egoísta. Mas é, meu amigo, é mulher! E muito mulher! Mulher macha para assumir sem vergonha o que quer, para assumir sem temer o julgamento alheio o que deseja para si.
Mulher que curte amar a si mesma e que tem responsabilidade suficiente para saber que após a maternidade o filho sempre virá em primeiro lugar, o único e maior amor da vida de uma mulher são seus filhos. Não tenho vontade de viver tal amor, sou livre para escolher e escolho curtir a minha vida da melhor e mais intensa forma possível.
Se nunca os terei? Não sei. Posso ser responsável pelos próximos cinco anos, não pela minha eternidade. Se um dia eu achar a maternidade viável, se um dia eu entediar-me por cuidar só de mim, talvez então eu mude de ideia. Quiçá numa idade em que a maioria não quer ter filhos. Eu nunca fui muito “típica” mesmo.
Sei sim que não quero ter outra responsabilidade na minha vida que não seja o meu prazer, a minha alegria, a minha felicidade e a das pessoas que já tenho ao lado e são, por mim, muitíssimo bem amadas.
Acredite, isso não tem nada de egoísmo. Isso é só gostar de si e ser sincera, porque tem muita “mamãe” por aí que não vive como gostaria e não tem coragem para admitir, porque é tarde demais.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 07 de abril de 2015.

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