Alunos, professores e avaliações.
Se você é aluno do curso de Direito e não consegue
identificar "ironia" em questões objetivas, então você está fazendo o
curso errado, afinal, se o conteúdo das avaliações é exatamente o que foi dado
em sala de aula, obviamente as questões irão requerer certa astúcia e
autoconfiança para serem respondidas!
Convenhamos que sem interpretação de texto e de
sarcasmo lhe será impossível passar até na primeira fase da OAB. Chega em época
de provas, é o tal do aluno reclamando de professor, postando indireta, se
sentindo cheio da razão.
Ah, “porque o professor não cobra o que leciona”, “ah,
porque a prova é tão confusa quanto a aula”. Sempre, quando não é um argumento
é outro. E a culpa é sempre da inaptidão do professor.
Estranho, pois uns tiveram rendimento de 100%,
outros de 90%, muitos de 80%, mas você não se conforma com a prova, porque foi “mal
elaborada”. Ou será que você sentiu-se prejudicado, porque não conseguiu
entender?
"Ruim", "mediano" ou medíocre é
o professor que cobra o que não explicou, que cobra em avaliação conteúdo que
não foi dado, que descumpre ementa, que insiste só na parte que ele
"compreende" bem da matéria e deixa o resto de fora para não ter que
estudar e repassar o aprendizado.
Ruim é o professor que cobra com profundidade o que
deu superficialmente, ruim é o professor que coloca em prova o que nunca
mencionou em sala de aula. Com exceção desta situação, infelizmente, a falha
está no estudo e na sua capacidade de compreender o que lhe é dito.
Simples! Se o professor passou o conteúdo, falou a
respeito, tendo frisado o que era “mais” ou “menos” importante e você não obteve
o rendimento esperado, meu caro, faça mea culpa. A dificuldade é sua!
Sempre deixei claro para meus alunos que
"malícia" se faz necessária! E não por maldade do mestre, mas por
necessidade na vida, no exame da OAB e em todas as demais provas que os
bacharéis terão na sua vida!
Saber interpretar e ser seguro é tão importante
quanto estudar! Às vezes, em minha não longa carreira de docente, sinto que o
aluno não quer uma prova, ele quer as respostas! Ele não quer pensar sobre,
refletir, sopesar, interpretar até vírgulas (sim, até isso é necessário!), ele quer
acertar, ele quer o óbvio.
E se fosse para ser óbvio não seria avaliação! A
avaliação contempla desde a concentração até a astúcia do aluno. Lamento muito
os que não a tem, mas nunca é tarde para aprender, talvez por isso sejam acadêmicos
e não mestres.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 27 de abril de 2015.
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