Beleza, frustrações, palavras ao vento e desistência.
Minha mãe sobre minha vida amorosa: “Minha filha
linda, não sei como você é tão dinâmica e supera tanta coisa (frustração) com uma
enorme facilidade!” Eu para ela rindo e brincando: “É porque eu sou linda mãe!”.
E ela: “É, se fosse feia você se contentava com o primeiro que te pedisse em
casamento e ia adorá-lo!”.
A beleza em si não é algo que traga muitas
vantagens. Beleza não conquista corações, só atrai atenções e causa inúmeras
ilusões. Um “eu te amo” dito para uma pessoa desprovida de atributos físicos
normalmente é mais sincero do que o dito para a “gatona” da vez.
Ah, qual o motivo da minha decepção neste momento?
Palavras, palavras, palavras. Muitas delas, lindas por sinal. Palavras que se
mostraram sem sentido pratico, sem significado, sem profundidade.
Cantou a grande Cássia Eller: “Que o nosso amor pra
sempre viva, minha dádiva, quero poder jurar que esta paixão jamais será,
palavras, apenas, palavras pequenas, palavras, momentos, palavras, palavras,
palavras, palavras ao vento.” Pois é, isso que ela queria, não acontece comigo
também e eu me obrigo a viver e deixar viver.
Obrigo-me a deixar, simplesmente. Deixar meu posto
para quem se contente só com empolgação e palavras ao vento. Se isso cansa? Sim,
muito, mas não me faz menos eu. Sou uma pessoa positiva que tem fé na vida,
gosto de mim e, claro, gosto do que vejo no espelho, então, com ou sem
frustração, me amar menos ou duvidar de mim? Jamais.
Enfim, sobre o ego: bobagem! Mas que dinheiro,
inteligência, poder e beleza ajudam a gente a passar por momentos ruins com
mais dignidade, leveza e humor, isso ajudam! Já pensou que horror ser feio, mal
vestido, incapaz de raciocinar corretamente, andando num ônibus lotado e suando
tipo louco sentindo uma frustração?
Ou só ser do tipo que ninguém olha ou elogia? Que
não pode comprar nem um perfuminho para dispersar a revolta? Sem hipocrisia meu
amigo! Esses quatro propulsores do ego sozinhos ou conjuntamente ajudam sim! Ou
eu que sou fútil, vai saber! De repente eu seja, mas que decepção alguma me
derruba depois que eu passo um batom vermelho, coloco um salto alto e me olho
no espelho, isso é verdade!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 09 de abril de 2015.
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