Contraditório.
Não acredite plenamente em algo que você não viu,
só ouviu! Cada pessoa tem uma versão dos fatos que vivencia, se você não esteve
presente quando os mesmos ocorreram, resigne-se e não acredite piamente no que
ouve.
Até como principio processual existe o
contraditório para que o julgador, na busca pela “verdade real” (o que seria
mais aproximado do que de fato ocorreu vez que ele não foi testemunha ocular),
haja de forma certeira, e você aí, acreditando cegamente no que uma pessoa lhe
conta.
Você não precisa duvidar, não precisa menosprezar
quem lhe narra um fato, precisa saber, apenas, que cada ser humano tem as suas
razões e, consequentemente, a sua versão de tudo o que lhes ocorre. Sem ouvir os
dois ou mais lados de uma história você sempre estará mais próximo da ilusão do
que da verdade.
Se você quer saber algo que não viu ouça o máximo de
pessoas a respeito dele. Se você ouvir apenas uma versão e acreditar nela, aí
minha filha, você estará sendo trouxa, muito trouxa!
É um anseio humano ter boa fama, em que pese o
homem não envide o mesmo esforço para ser bom. Enfim, via de regra, ao lhe
contar um fato a pessoa não vai narrar seus equívocos com a mesma precisão que
irá narrar os do outro.
Enfim, a criatura omitirá o que lhe interessa e
contará o que lhe deixa em vantagem. Simples! É instintivo e até natural. O que
é uma questão de escolha, de escolha tola, por sinal, é você acreditar
cegamente numa pessoa e numa história que lhe contam se você não esteve
presente.
Não acreditar cegamente, frise-se, não significa
duvidar. Significa, simplesmente, inserir uma análise “humana” no que ouve,
significa ser sábio, significa conhecer o ser humano como criatura
inerentemente “parcial”.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 26 de abril de 2014.
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