Insuficiente
Não é do meu feitio ficar em silencio. Todas as vezes que me quedei silente quando me requeriam respostas, não foi por maldade, por má-vontade ou por orgulho, foi por cansaço, por exaustão.
Foi, na verdade, principalmente, pela vontade de não magoar ao outro lhe dizendo o que, eu já havia lhe dito e, principalmente, o que, sabia eu, contrariaria as suas expectativas, ainda que aliviasse o meu coração. A minha consciência, enfim não perdeu a tranqüilidade por tal motivo.
Creio que todos mereçam respostas para as suas indagações, ocorre que, em determinados casos, as respostas são dadas todos os dias, a cada situação indesejada, a cada palavra que fere, a cada atitude que magoa.
Então, quando você vê, chega um dia em que você cansa e que, por melhores que sejam as intenções do outro, por maior que seja a falta que você lhe faz e a vontade que ele tem de ter feito tudo diferente, você cansou, você desistiu.
Algumas circunstâncias em relacionamentos afetivos são como um bife que a gente vai, animadamente, fritar. Enquanto nos distraímos, ele passa do ponto e fica ruim, sem graça, duro, sem sabor.
Então, às vezes, a gente deixa os nossos relacionamentos passarem do tempo e ficarem intragáveis, insuportáveis. Distraímos-nos, deixamos de dar atenção a relação, deixamos de dar atenção ao que o outro nos diz e, quando vemos, não tem mais solução e a nossa tristeza não é suficiente para modificar nada, apenas e, quem sabe, a nós mesmos.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 21 de maio de 2013.
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