Pequenas lições

Pequenas lições 

Guardo algumas regras em minha cabeça, frise-se, falo “regras”, porque sempre podem existir exceções a elas. Uma delas, que cabe a seus relacionamentos afetivos, é a que diz que quem ama sempre se interessa, sempre presta atenção ao que você diz. 

 Quem tem um profundo interesse em você vai querer saber os livros que leu, os seus prediletos, os filmes que assistiu e o que mais você gosta de fazer para entreter-se, não vai querer, apenas e unicamente, expor os seus gostos para você. Quem se interessa, tem curiosidade e gosta de ouvir. 

O interessado vai querer ver seus seriados ou programas policiais preferidos, vai tolerar um pouco o que não gosta em nome do amor, porque por amor a gente se torna mais complacentes e aptos a aceitar o outro como ele é, incluindo seus gostos excêntricos ou simples. 

 Outro fato é o seguinte: mães fazem tudo por seus filhos, lotam filas de visita em presídio para vê-los, pouco se importando se eles estupraram ou mataram alguém. Logo, o dia em que uma mãe vier lhe alertando sobre fatos inverídicos que o filho contou ou sobre atos estranhos que ele comete, acredite, se assuste e pense na decisão que você vai tomar, afinal, não é por mal que elas lhe alertam. 

 Outro aprendizado importante é o seguinte: se um homem lhe faz chorar, procure, ao máximo, fugir de seu convívio. Se for tarde e você estiver apaixonada, converse com ele, se for cedo demais, fuja e nunca mais o atenda. Homens que se prezam sabem respeitar sua delicadeza e não lhe fazem borrar o rímel por ignorância, “grossura” ou vaidade. 

 Enfim, essas foram umas das humildes lições que aprendi ao longo da vida, além daquela, que sempre soube e segui: nunca corra atrás, ligando, para homem algum, eles saberão lhe encontrar se quiserem você, do contrário, tenha piedade (!), quem perdeu foi o infeliz! 

Cláudia de Marchi 

 Sorriso/MT, 12 de maio de 2013.