Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 11 de maio de 2013

Receptividade

Receptividade 

Creio que nada seja por acaso, assim como acredito que existam coincidências, todavia, não consigo acreditar em pragas ou maldições, em coisas que, invariavelmente se repitam sem motivos racionais para tanto. 
 Enfim, a regra na minha família materna, composta apenas por mulheres, é pouca sorte em relações amorosas. Minhas tias e, muito tempo depois, minha mãe, são mulheres que sublimaram a necessidade de companhia afetiva, pela necessidade de ocuparem-se. Criou-se nelas, digamos, certa hiperatividade.
 Sobra energia para o que for necessário em minha querida mamãe e tias, na divorciada ou na solteira, todavia, nesta semana, soube que meu pai também se considera um desafortunado no amor. Decepcionou-se com seu único e grande amor, minha mãe. E ela com ele. Cada um com suas razões, perfeitamente compreensíveis. 
Agora ele tem outra companheira, mas não é completamente apaixonado por ela, afinal existem coisas que não substituem as primeiras e um exemplo disso é o amor. A empolgação, as expectativas e a paixão que tínhamos quando casamos pela primeira vez, pode se repetir quando encontramos um sentimento ainda maior, todavia, é preciso ser grande para marcar. 
O que é raro quando se tratam de relações de quase trinta anos de duração! Tem quem fique só e se una com a primeira ou primeiro que aparecer. Eu não! Nunca levei um fora e nunca me decepcionei por ser rejeitada, mas cada término representou uma grande desilusão em minha vida. 
 Então eu não faço força, não corro atrás, não me desespero, demonstro, é claro, o meu interesse quando ele existe, mas não fico ansiosa, tampouco tenho a necessidade de companhia como algo essencial em minha vida. Eu me convenci de que fico muito bem sozinha. E fico, solidão não mata. 
Eu quero viver e encontrar o amor da minha vida, mas, não tenho pressa. A vida tem seu tempo e o que eu posso fazer? Nada! Mudei de vida, andei mais de dois mil quilômetros para trabalhar, construir uma carreira, tornar-me independente, ajudar quem depende de mim. 
 Um amor? Claro que quero! Um amor que, como a música diz, “seja bom para mim”, mas não me desespero em sua ausência. Tenho meu trabalho, meus gatos, meus livros, meu estudo, meus seriados, meus escritos, minha mãe, meus filmes, o resto, apenas posso dizer: o que tiver que ser, será! Receptividade para o que é bom? Sempre, é claro! Sou solitária, não louca! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 11 de maio de 2013.

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