Inveja ruim
Inimizades raramente ocorrem, o que motiva a antipatia entre as pessoas, de regra, é a raiva gerada pela inveja. A inveja é o pior dos sentimentos humanos e, como tal, o que gera os piores efeitos.
Quando alguém lhe faz mal e você tem um motivo sólido para não gostar de tal pessoa, de regra, tudo o que você mais deseja, além de ser um objetivo, é manter-se longe de tal individuo.
Pois a inveja não se processa da mesma forma: o invejoso costuma querer ficar próximo ao invejado para acompanhar os seus passos, seus atos, sua forma de conduzir a vida e, obviamente, torcer para que ele não progrida, para que sua vida não fique melhor do que, crê o invejoso, já é.
E, acredite, não é apenas a sua boa condição financeira ou o seu sucesso profissional e amoroso que geram inveja nas pessoas. Tem gente que sente inveja do seu brilho, da sua alegria, da sua simpatia, da sua forma livre de viver, de agir, do seu talento, independente de vocês estarem na mesma classe social.
Tem gente que sente inveja de praticamente tudo, simplesmente, porque não tem confiança em si mesmo, porque não nutre estima por si próprio, porque não se valoriza e se sente inferior a tudo e a praticamente todos. Óbvio, todo ser humano é capaz de sentir inveja de vez em quando, mas as pessoas as quais me refiro aqui são aquelas que vivem invejando alguém. São os invejosos contumazes.
Frise-se que, dificilmente as pessoas criarão uma inveja negativa por quem esta em condições muito distantes das suas. Ou seja, ninguém vai invejar com raiva o Roberto Justus, o Eike Batista, a Angelina Jolie ou a Cláudia Leite, por exemplo. Quando eu falo de inveja, eu falo daquela raivosa, daquela que a gente fala brincando que “mata”.
A inveja prioriza os que estão próximos, os que estão ao seu lado, porque as pessoas pensam que poderiam estar em seu lugar. A inveja é a admiração dos que tem mais ódio do que amor no coração. Quem tem amor, admira e quem tem ódio, inveja.
Da mesma forma, raramente as fofocas são feitas com base em fatos, via de regra, a fofoca maldosa é a forma com que o invejoso se alivia, é a forma com que ele destila o seu fel. Falando mal do invejado, que, na verdade é um objeto de idolatria anômala, o fofoqueiro consegue se aliviar menosprezando aquele a quem inveja, ele, enfim, pensa que mostra ao mundo que é melhor do que o outro, que o invejado não é “tudo” aquilo que, no fundo, só o invejoso pensa que ele é.
A realidade é que se o invejoso conhecesse o dia a dia do invejado, não o invejaria, se o invejoso tivesse valores mais dignos, da mesma forma, porque muitas vezes o que se inveja é um rosto, um corpo, um sorriso, uma forma agradável de ser, a dedicação, o talento.
Algumas coisas fúteis, outras que, com dedicação, se conquistam, todavia, só se dedica aquele que admira, não o que inveja. O que admira toma o outro como exemplo e corre trás do que quer, o que inveja quer rebaixá-lo, ainda que seja através de criticas infelizes e infundadas.
Cláudia de Marchi
Advogada e cronista
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