Uma Cláudia em minha vida.
Não, eu não sou pirada, nem egocêntrica, mas dos relacionamentos amorosos que tive, dentre tantas, eu tirei uma estranha lição: eu serei plenamente feliz no dia em que encontrar uma pessoa que faça por mim o que sou capaz de fazer por ela.
Sou o tipo de mulher leal, fiel, que corre atrás de táxi dentro da capital do Estado, que desce de ônibus e sai correndo na BR, que monta processo de graça para ajudar ao outro, que dirige, sozinha, 800 km num dia só, para ajudar ao companheiro, que acompanha o parceiro num mundo em que nunca vivi.
Frise-se, tudo isso com alegria e boa vontade, pelo simples prazer de estar com quem eu gosto. Sou uma parceira e uma companheira no sentido literal de tais palavras, mas, sobretudo sou sincera: enquanto amo, fico junto, quando me desaponto, pulo fora. Todavia, não deixo de amar sem razão, não sou insana.
Não tenho meio termo. Em certos casos mais superficiais eu deleto a pessoa, literalmente, da minha vida real e virtual. Isso, claro, quando me sinto ferida, enganada, magoada e quero evitar a tentação de beber demais e lhe mandar uma mensagem, por exemplo. Quem não nos valoriza ou ama nem isso merece de nós!
Entretanto, a gente percebe que amadureceu quando, não somente pelos atos e palavras, mas pelo olhar, percebemos quem nos quer bem e, valorizando nosso tempo e personalidade, escapamos de quem cujo olhar não brilha ao nos ver e cujas mãos não nos acariciam como merecemos: com o coração e a alma no comando.
Embora eu saiba muito bem que qualquer ludibrio afetivo parte mais das minhas expectativas do que dos atos alheios, não dá para negar que as atitudes do outro podem nos induzir em “erro”.
A pessoa lhe procura, convida pra jantar, pra sair, manda mensagem, enfim, ela age de forma a fazer-lhe, equivocadamente, crer que gosta de você, então, achando que estão em sintonia, você se entrega um pouco mais à relação e acaba se decepcionando.
Essa é, praticamente, a história da minha vida afetiva: eu sou aquela que compreende, que ouve, que aceita o outro como ele é, que não exige mudanças, que respeita, que batalha junto, que é companheira, cúmplice, que faz o possível para ajudar quem esta a seu lado, mas, até hoje, não encontrei ninguém que fosse assim comigo.
Acho que eu preciso de uma Cláudia (em formato masculino) na minha vida, e não me refiro a afinidades, a alguém idêntico a mim, afirmo, isto sim, que preciso de alguém que tenha coragem para se entregar a um relacionamento amoroso, que não tenha medo de amar, que não faça do medo da desilusão um empecilho para o amor, que não tenha receios de ser ousado, que saiba ser parceiro e que não queira se apropriar da minha alma ou do meu jeito de ser, de viver, de me vestir e de pensar. Nossa! Tudo isso parece tão simples! Todavia, não é, infelizmente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 30 de maio de 2013.
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