A vida sexual
das balzaquianas.
Dizem que as
quarentonas estão na idade da loba. Algo que, com certeza, causa uma empolgação
nas balzaquianas. Todavia, convenhamos, dos “inte” aos “inta” a mulher evolui
sensacionalmente em sua vida sexual.
Quando somos
novinhas, na fase dos vinte, a gente é mais insegura. Podemos estar super
saradas, barriga negativa, bunda arrebitada, mas a gente sente vergonha até de
alguns “barulhos”, a gente tenta se soltar, mas a dificuldade e a insegurança nos
deixa ansiosas.
Não raras vezes,
a “gatinha” se entrega ao fingimento. A ansiedade a deixa mal e ela apela para
todos os motes: grita, geme, arranha, tudo para mostrar ao parceiro que foi à
Marte e voltou nos orgasmos sentidos. Opa! Sentidos não, fingidos. E o cara se
convence disso, afinal, tudo o levou a crer que ele é o “gostoso” da parada.
Aos 30 anos a
gente tem orgasmo ou não tem! Não precisa fingir, não quer agradar a homem
algum, não tem medo de ser deixada porque não gozou e, quando a gente goza, não
tem vergonha alguma. A gente mostra, a gente fala, a gente geme e a gente é
autentica! Não precisamos mentir, menos ainda fingir. Se o sujeito é ruim a
gente faz questão de mostrar que é pra ele se aprimorar nas próximas ou
procurar uma “gatinha”.
Se der vontade
de gritar a gente grita, se der vontade de arranhar a gente arranha, se der
vontade de gemer alto a gente geme e se der vontade de, após o orgasmo, deixar
o sujeito gozar sem que se segure muito tempo, a gente deixa. Desde que tenhamos
gozado bem, antes dele é claro.
Depois dos 30 a
gente é mais sexualmente egoísta do que nunca. A gente consegue orgasmos numa
rapidinha no banheiro da firma. A gente transa quando quer e, consequentemente,
em virtude da segurança, a gente tem orgasmos com muita, muita facilidade. E muitos
orgasmos se a transa for longa. Muitos não, incontáveis!
Precisamos estar
seguras e ponto! Marta Suplicy style: “Relaxa e goza”. Depois dos 30 a gente não
transa por dó, a gente não transa com medo de ser deixada, a gente só faz sexo
quando quer e porque quer e nada pode ser melhor do que isso. O orgasmo, minha
amiga, digam o que disserem, surge primeiro na cabeça da gente.
Desamarramo-nos
de medos, de padrões estéticos e nos deixamos levar pelos instintos, mormente o
de prazer. A gente gosta de agradar ao parceiro? Sim, quem não gosta! Mas não sem
antes ficarmos agradadas. A gente não tem “noia” de dizer que não teve orgasmo
quando não teve. Dar um tempinho e “atacar” o parceiro de novo. A gente não “cai
de boca” em nada sem ter segurança e, ao menos, uma ilusão de paixão. A gente
quer ser agradada para ver se compensa agradar. As gatinhas não, elas morrem de
medo de não “fazerem tudo” e serem repudiadas. Elas não fazem por entrega e
prazer, fazem para agradar, tais quais as prostitutas que recebem para transar.
Mulheres balzaquianas,
elegantes, inteligentes e bem resolvidas só fazem sexo quando querem, só tiram
a roupa quando se sentem a vontade, a nossa pele brilha, não de oleosidade ou
de excesso de maquiagem, a gente tem luminosidade mesmo!
Logo, a gente
não finge, a gente conduz e não tem vergonha de subir em cima do parceiro e
conseguir o que queremos. E o que de melhor podemos conseguir de um homem?
Prazer, provavelmente, afinal, dinheiro não nos interessa. Segurança também não.
Mas sexo bom e um parceiro cordial, sim.
Qual é o
problema de ter mais de 30? Sexualmente nenhum. O problema, talvez seja a imaturidade
sexual masculina, as paranoias trazidas de tanto transar e namorar com mulher
novinha, com mulher na faixa dos “inte”, por exemplo. Aquelas que demoram um
baita tempo para gozar, se gozam, e fingem inúmeras vezes com talento. Aquelas que
eles chamam de “gata” pela aparência, não pela qualidade na cama e pelo prazer
que têm e concedem.
Depois dos 30 a
gente só transa quando está segura, quando acha o parceiro admirável em algum
aspecto, a gente conhece nosso corpo, tem mais orgasmos e em menor tempo e
também não tem vergonha da ejaculação feminina e de tudo o mais que surge numa
transa que ultrapasse 12 minutos. Afinal, temos muito aproveitamento antes
desse tempo. Se os 40 é a idade da loba, que venha a mil, mas os 30 é a idade da
tigresa, isso com certeza! E tigresas devoram, não são comidas.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 12
de janeiro de 2015.
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