Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Por que eu gosto de compromisso?

Por que eu gosto de compromisso?

A vida é um risco. Eu gosto de riscos, mas tenho uma forma peculiar de lidar com riscos na minha vida amorosa. Estive a refletir sobre o que me faz ser uma mulher intensa, desde a juventude, o tipo que namora, não o tipo que fica.
Obviamente eu já beijei estranhos por aí. Mas não transei com eles. Minhas “ficadas” não tinham sequencia. Sempre analisei as atitudes dos sujeitos para comigo antes de aceitar outro convite para sair. Isso resultou em alguns beijos sem sequencia e em alguns namoros excitantes. Duradouros ou não.
Eu gosto de assumir compromisso, porque segurança me excita, segurança me solta. Libera a amante passional e selvagem que existe em mim. Tem mulher que se sente bem ficando, saindo hoje com o sujeito que, sequer, manda mensagem no outro dia, mas reaparece na sexta-feira para dar uma volta e ter alguns orgasmos descompromissados.
Ao contrário desse povo, sou franca comigo mesma. Sou um ser meio hibrido na verdade, gosto de algumas coisas românticas, sou sensível e romântica e, ao mesmo tempo, não cultivo a ilusão do “pra sempre”, do casar, reproduzir a espécie e esperar a morte com uma vida regada a tédio e comodismo.
Acho casamento ótimo pela segurança que ele me gera. No sentido oposto ao que a maioria fala, acerca do resfriamento da relação pós-casamento, eu acho que ele esquenta. No meu caso, eu esquentava ainda mais o que já era quente. Paixão, desejo, poder fazer tudo, quase o tempo inteiro e ter a certeza que na noite e na manha seguinte o “baile” segue. Eu gosto de sequencia, gosto de ter a ilusão da certeza. Se não passa de, como dito, ilusão? Não me importa, me faz bem, me faz feliz e me impulsiona a fazer o meu parceiro feliz.
Casamento, como sempre digo, é bom, o problema é com quem a gente se casa e o abalo sofrido quando vemos que o que era doce se acaba. Mas isso não mata. Assim como compromisso não mata, namorar não mata.
Dizem que a gente tem que “ficar” para conhecer a outra pessoa. Pois é, eu acho isso super sinistro! Quem fica, de regra, não leva o pretendente em casa, não conhece a família e convive só nas melhores horas possíveis com o “ficante”. Se é que se pode chamar isso de “convívio”. Quem fica, sequer se dá a liberdade de desabafar sobre problemas íntimos com o outro.
Como conhecer alguém sem ter intimidade, confiança mutua, certeza de respeito, de afeição, de carinho e lealdade? Como conhecer o outro sem conhecer seus amigos mais especiais, seus familiares mais queridos, seus colegas e quem é importante para ele nesta vida?
Ah, mas você “fica” e faz isso tudo. Então reveja os seus conceitos sobre a proteção de si mesmo inerente a “ausência de compromisso” que defende, porque, na verdade, você pode estar tentando se proteger de algo, mas está iludindo, ainda que involuntariamente, ao outro, afinal, dar um pé na bunda do “ficante” é muito mais fácil, certo?! Lhe doerá menos a consciência.
Já tive namoros longos, namoros curtíssimos, mas todos muito intensos, muito quentes, todos cheios de entrega, de liberdade, porque, repito, segurança e confiança me excitam e eu sou muito, muito melhor como namorada do que como a mulher que não sabe o que vai acontecer e o que pode ocorrer na manha e na noite seguinte.
Gosto sim de namorar. Sair junto, cozinhar para alguém, esperar a visita da pessoa, fazer sexo em qualquer lugar da casa e dos arredores da cidade, passar uma noite inteira transando, dando risada, ouvindo musica e transando de novo. Com liberdade, com confiança, com segurança a respeito do destemor do outro em se envolver e se entregar para mim.
Quem curte o “ficar”, via de regra, tem uma espécie de complicação nata, algo no estilo, “medo de se apaixonar”, medo de amar, medo de se entregar e mudar o rumo traçado na sua vida previamente organizada. Eu não me solto com quem não quer me assumir, porque, presumo, não me queira amar ou ache que não será por mim amado. Mas, se eu acho a pessoa “não amável” eu não vou transar com ela! Simples.
Se eu quero alguém, se eu me dispo para alguém é porque quero lhe conhecer por completo, é porque estou me apaixonando e eu adoro paixão! Não importa o quanto dure, paixão me extasia, me entusiasma, faz minha pele brilhar, minha cintura afinar, meus olhos sorrirem, minha boca ter mais carne, meu corpo mais desejo.
Eu posso ser estranha, posso ser fanática por segurança e compromisso, posso ser o avesso do avesso de todas e de todos, mas eu não tenho medo nenhum do outro. Nem do que eu possa vir a sentir e viver com ele. Aliás, medo é uma palavra que não existe no meu vocabulário e, por enquanto, a minha vida está ótima e feliz assim.
Não tenho TPM, depressão “pós nada”, ansiedade “pré coisa nenhuma”, mudança de humor sem razão. Sorrio e conto piadas. Sempre. E durmo, como bem, bebo, vejo filmes, escrevo, leio e trabalho. Pago as minhas contas e o conforto que me disponho a ter. Quem não me quer seriamente acaba me perdendo. Mas, sorte dessa pessoa, né!? O mundo está cheio de mulheres “normais”. Perder-me não significa muita coisa.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 13 de janeiro de 2015.

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