Mulheres,
cafajestes, piás e homens.
As pessoas e seu
hábito de julgar superficialmente as outras e seus atos geram afirmativas e
brocardos dotados de uma idiotia inominável. Outro dia me falar que mulheres
gostam de cafajestes, só porque uma mulher decente e bonita estava acompanhada
de um traste.
Pois bem,
algumas considerações a respeito. Mulheres com “m” maiúsculo, gostam de ser bem
tratadas. Gostam de flores, chocolate, demonstração de afeto e carinho,
respeito e, entre quatro paredes, atitude, “pegada” boa.
Sabe, por que às
vezes a gente conhece um cara que, na verdade, é uma lebre fantasiada de gato,
e entabula uma relação com ele? Porque todo cara que não presta adquire certo
traquejo conosco que os que se acham bonitos, bem sucedidos e decentes não tem.
Eles nos iludem
temporariamente, porque sabem do que gostamos. Na horizontal e na vertical,
diga-se de passagem. É uma espécie de “compensação”. Todavia, só se mantém ao
lado de párias, após descobrir que o sujeito é um ser humano fraudulento, a
mulher que, como ele, não tem vergonha na cara, decência e amor próprio.
Passar um tempo
ao lado de cafajestes a gente pode passar, mas descobrir quem o cara é e se
manter com ele é outra coisa. Bem diferente. Sabe a história do corno? Só é
corno quem perdoa traição e se mantém apaixonado, porém ser traído qualquer um
pode ser? Então, é por aí. Ser vitima de um ser humano e de um equivoco uma vez
é acaso, quedar-se inerte é opção. Má opção é claro.
Atualmente,
infelizmente, a gente cruza mais com moleques do que com homens de verdade. Homem
de verdade sabe do que uma mulher gosta e não tem medo de agir, homem de
verdade não fica se achando a farofa da cuca. Simplesmente se garante e
consegue ser gentil. Dosa afetuosidade com agressividade sobre os lençóis. Sabe
agir, simples.
Ocorre que a
maioria anda insossa, ogra e sem graça. Crente de que, porque batalha, estuda,
ganha bem e tem futuro, enfim, se achando um “bom partido”, termina perdendo quórum
para os que não são nada disso, mas nos conquistam, nos tratam bem, nos mimam. Então,
nós, enganadas, nos desiludimos, damos um pé na bunda do cafajeste e
continuamos a ver essas dissonâncias no mundo: cidadãos legais por um lado, agindo
como piá com as mulheres, não como homem.
Se a gente acaba
se iludindo com cara malandro é porque você, que é decente, acha que isso
basta, que a gente tem que cair de amores por você. É porque você não sabe
conquistar uma mulher de verdade, sabe, isso sim, mostrar abdômen sarado, carro
de luxo e ostentar bebida cara na noite, é porque você não sabe distinguir
menina e biscate de mulher de verdade. É porque, enfim, a sua inteligência emocional
é uma piada.
Normalmente os
sujeitos que tratam uma mulher como ela merece ou são desonestos e mentirosos
ou são pobres e acomodados. Os legais ficam se achando como se devêssemos procura-los,
nos envolvermos com suas virtudes homéricas sem que precisemos ser
conquistadas. Coisa de piá!
A gente quer ser
bem tratada, conquistada e agradada, logo, assim como dispensamos o cafajeste
após vermos sua real face, dispensamos você que se acha o bom e pode até ser,
no trabalho, com o gerente da sua conta bancária, com seus clientes, com as
mocinhas da faixa dos “inte”, não no trato conosco. Na cama e fora dela. Mulheres
que valem a pena não têm medo de ficarem sozinhas. Dispensamos o sem vergonha e
dispensamos o “cara legal” que acha que mulher é coisa. A gente é seletiva, não
impassível de enganos. Simples assim.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 16
de janeiro de 2015.
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