Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 24 de janeiro de 2015

As mulheres das letras sertanejas.

As mulheres das letras sertanejas.

Já faz alguns anos que venho notando um decréscimo na decência e na sanidade das mulheres retratadas pelos sertanejos. Esses novinhos, os “gatinhos”, os universitários. Os clássicos costumam não degradar a mulher, até elas costumam ter atitude em suas musicas, ao menos se dão ao trabalho de “cornear” o sujeito que não as cuida. Sei lá, não vejo tanto mal. Dor de amor até que é bonitinha! E nada pode ser pior que uma traição né!? Então, acho aceitável até aí.
Agora, que “infestada” é essa de letras onde as mulheres pagam mico, bebem até cair no chão da balada, se esfregam, se assanham, saem dando desvairadamente para o sujeito que chegou à amiga, correm atrás do sujeito que ganhou dinheiro e coisas (ridículas) afins?
Pergunto-me: seria esse o retrato da mulherada hoje em dia? Dessa mesma juventude que não conhece Chico Buarque, que não conhece, (dentro do próprio gênero), Almir Sater e Sérgio Reis, mas que está “piradinha” na balada e fica babando no cara que dirige a tal da land rover? Pois é, o triste é que pode ser isso.
Com certeza esses sujeitos se inspiraram em algo para compor suas “pérolas” musicais. Frise-se que não estou aqui desmerecendo todos os cantores, inclusive, em matéria de musica (a “batidinha”) das canções não são ruins, são bem “comerciais”, diga-se de passagem.
Mas é impossível sentir alguma emoção positiva ao ouvi-las. Sei lá, algo que toque a alma. O máximo que acontece é, instintivamente, mexer o pé. Mexer mal, no meu caso, porque definitivamente não sei dançar e, ainda, morro de vergonha de dançar com desconhecidos. Só arrisco fazer um fiasco se conheço a pessoa, se namoro, então, melhor ainda. De toda forma, sou quase um peixe fora d´agua no Mato Grosso.
Gosto mesmo de dançar rock! Modéstia a parte até sambo bem, mas essa coisa de dançar junto desperta em mim uma coisa esquisita: o cara tem que guiar, você não pode rebolar, etc.! Gente, “como assim”?! Acho que não sou bem “mandada” nem num bailão. Às vezes morro de vergonha, mas daí ouço a letra e vejo que tem algo mais infame do que meu desempenho no “arrasta pé”.
Sei lá, mas eu ainda acho que nem todas as mulheres são malucas, alcoólatras ou vadias. Seriam as mental e moralmente saudáveis exceções? Sinceramente, prefiro nem pensar a respeito, mas, por favor, está mais do que na hora de sermos vistas sob um ponto de vista mais romântico e valorizado né?!
Sei lá, existem as que estão se lixando para o carro do sujeito, para o dinheiro e para o status, existem as que pagam sua bebida sem fazer fiasco, existem as que se valorizam, que se amam e se respeitam. Nem todas as mulheres são como as retratadas nessas musicas. E depois tem gente besta que vem dizendo que o “sertanejo” fulano de tal escolhe a mulher que quer para levar para a cama.
Do alto de minha mente imaginativa, fico pensando no desempenho do sujeito chauvinista que já leva a criatura pra cama sabendo que ela só está abrindo as pernas pra ele porque ele é famoso e rico. Minha nossa, melhor não imaginar! Xô imaginação, xô imaginação, meu cérebro e meu estomago não merecem tal “visão”.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 24 de janeiro de 2015.

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