Liberdade.
Disse Simone de
Beauvoir: “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a
nossa própria substância.” Eu, inspirada nessa digníssima e belíssima frase,
digo um pouco mais, vou mais além.
A palavra
liberdade, pois, não deve ser confundida com a sensação que a gente tem ao
atingir a maioridade, fazer carteira de motorista, formar-se num curso superior
ou sustentar-se por conta própria. Independência civil, liberdade de locomoção
e independência financeira são diferentes de liberdade de pensamento e consciência.
Só é livre quem
se liberta da opinião e influência alheia para formar suas próprias ideias, só
é livre quem independe de manuais e convenções sociais para ser feliz, bem
resolvido e alegre.
A liberdade
verdadeira é do espírito! É livre o homem que, graças as suas próprias
opiniões, descobre-se, perdoa-se, se aceita e consegue ser plenamente feliz
consigo mesmo. Independente do que se passa ao seu redor.
Livre não é o
sujeito que tem dinheiro para viajar para os quatro ventos do mundo, mas é “teleguiado”,
sem opinião própria sobre nada. Livre é o sujeito que, mesmo numa casinha no
meio do mato, pensa sobre a vida, pensa sobre o mundo, sem ser “manobrado” por
conceitos e pré-conceitos incutidos em sua mente.
Livre é a pessoa
que se liberta dos dogmas que a criação lhe impôs, que, descobre em si mesmo, o
que gosta, o que quer, o que não quer e o que lhe faz bem, independente da opinião
do padre, da bíblia, dos pais e de toda a sociedade.
Não se adquire a
liberdade verdadeira sem reflexão e autoconhecimento. Liberdade não é mérito dos
que têm preguiça de pensar, dos que obedecem a preceitos sem questioná-los. Ser
livre é, antes de tudo, ser pensante, para, pensando, descobrir a si mesmo e o
que lhe faz feliz e, assim, respeitando a liberdade do outro, exercer um
direito que a natureza lhe deu. O de ser e fazer o que quer.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 06
de janeiro de 2015.
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