Jogue-me e
jogue-se!
Estou precisando
aprender o “meio termo”. Estou precisando aprender a ir devagar. A pisar
vagarosamente, pé por pé. Estou precisando aprender a não me jogar e molhar-me
por completo.
Estou precisando
aprender a molhar só os pés, a conhecer a profundidade do rio sem antes
deduzi-la. Estou precisando aprender a ser mais sensata do que impulsiva, mais
racional do que afetiva.
Estou precisando
aprender a ver graça na calma da rotina como vejo no fogo da paixão. Estou
precisando aprender a ser menos intensa, a descobrir a graça, a cor e o sabor
da superfície. Estou precisando, reconheço, mas como aprender a ser o que nunca
se foi? Só vivendo. Só vivendo mais. Muito mais. Errar, talvez. E, por fim,
aprender.
Ah, você acha
que eu erro sendo intensa demais? Talvez. Eu só sei que sou feliz assim. Jogando-me,
mergulhando e levando a sério o que sério me parece ser. Errada? Atire-me a
primeira pedra quem não erra. Eu com meus erros, você com os seus, eu com as
minhas imperfeiçoes, você com as suas. E assim é a vida!
Mas me atire a
primeira rosa quem é, de fato, feliz como sou vivendo como vivo, sendo como
sempre fui, apesar de emocional, intensa e afetiva. Sei o que preciso aprender,
todavia, não me sinto infeliz a ponto de ter alguma pressa para desenvolver tal
aprendizado. A intensidade, na verdade, deu certo para mim. Combina comigo, com
as escolhas que faço e decisões que tomo.
Decisões certas?
Não sei. Decisões que me parecem corretas e se adequam aos meus sentimentos,
isso sim! Afinal, o que é certo ou errado? Ou melhor, até quando o certo
permanece correto e quando ele deixa de sê-lo? Porque, no que tange a nossa
vida, as decisões que tomamos sempre nos parecem certas. Sempre agimos bem
intencionados para conosco e nossos objetivos. Aprioristicamente, nossas decisões
são sempre certas.
Enfim, você que
é feliz como sou, faça-me um favor: tire os espinhos antes de jogar-me a rosa,
dispenso machucar meus dedos, meu corpo já tem hematomas demais oriundos de
trombadas que nem me recordo onde dei. Intensa, pois é. Sou eu.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 06 de janeiro de 2015.
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