Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Jogue-me e jogue-se!

Jogue-me e jogue-se!

Estou precisando aprender o “meio termo”. Estou precisando aprender a ir devagar. A pisar vagarosamente, pé por pé. Estou precisando aprender a não me jogar e molhar-me por completo.
Estou precisando aprender a molhar só os pés, a conhecer a profundidade do rio sem antes deduzi-la. Estou precisando aprender a ser mais sensata do que impulsiva, mais racional do que afetiva.
Estou precisando aprender a ver graça na calma da rotina como vejo no fogo da paixão. Estou precisando aprender a ser menos intensa, a descobrir a graça, a cor e o sabor da superfície. Estou precisando, reconheço, mas como aprender a ser o que nunca se foi? Só vivendo. Só vivendo mais. Muito mais. Errar, talvez. E, por fim, aprender.
Ah, você acha que eu erro sendo intensa demais? Talvez. Eu só sei que sou feliz assim. Jogando-me, mergulhando e levando a sério o que sério me parece ser. Errada? Atire-me a primeira pedra quem não erra. Eu com meus erros, você com os seus, eu com as minhas imperfeiçoes, você com as suas. E assim é a vida!
Mas me atire a primeira rosa quem é, de fato, feliz como sou vivendo como vivo, sendo como sempre fui, apesar de emocional, intensa e afetiva. Sei o que preciso aprender, todavia, não me sinto infeliz a ponto de ter alguma pressa para desenvolver tal aprendizado. A intensidade, na verdade, deu certo para mim. Combina comigo, com as escolhas que faço e decisões que tomo.
Decisões certas? Não sei. Decisões que me parecem corretas e se adequam aos meus sentimentos, isso sim! Afinal, o que é certo ou errado? Ou melhor, até quando o certo permanece correto e quando ele deixa de sê-lo? Porque, no que tange a nossa vida, as decisões que tomamos sempre nos parecem certas. Sempre agimos bem intencionados para conosco e nossos objetivos. Aprioristicamente, nossas decisões são sempre certas.
Enfim, você que é feliz como sou, faça-me um favor: tire os espinhos antes de jogar-me a rosa, dispenso machucar meus dedos, meu corpo já tem hematomas demais oriundos de trombadas que nem me recordo onde dei. Intensa, pois é. Sou eu.


Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 06 de janeiro de 2015.

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