Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Mundo cego, mundo justo?

Mundo cego, mundo justo?

Quando posto uma foto em que o busto aparece mais do que o sorriso, sem pretensão alguma, eu percebo que seria excelente que, ao menos, por um mês na vida o mundo fosse cego. Mas conseguisse ouvir bem. E ler em braile, obviamente.
Pessoas que nunca curtem meus textos, que nunca leem legenda de foto com base intelectual e nunca curtem minhas tradicionais fotos com gatos e afins, “aparecem” no meu facebook e instagram dando curtidas em fotos muito menos belas! Ah, mas e os peitos? Estão aparecendo! Então, tá.
É muita “queda” por aparência, é muito suspiro pelo que se vê e pouca empolgação com o que se ouve e, até mesmo, se “intui”. A humanidade está, realmente, carecendo de valores mais sólidos, porque, a partir do momento em que a maioria masculina foca na aparência, outra maioria, a feminina, esquece que, antes de ser coxuda, peituda e bunduda é preciso ter um cérebro ativo, enfim, um intelecto tão ou mais admirável!
É preciso, sei lá, pensar, por exemplo? Ler, quem sabe? Refletir sobre a vida? Fazer análise? E, com isso tudo, quem sabe, se desvencilhar dessa paranoia da beleza e da ostentação de corpos esculpidos a custa de muito sacrifício e, quiçá, atrofiamento intelectual.
Se o mundo fosse cego, quiçá os “eu te amo” fossem mais sinceros! Com certeza, atração física e simpatia intelectual, por exemplo, não seriam confundidos com amor. E as pessoas amariam com mais desprendimento e sinceridade. E os “eu te amo” demorariam mais para serem ditos, mas o seriam de todo o coração sem ser confundido com tesão.
E quanto ao preconceito que as pessoas bonitas sofrem? Em especial pelas do mesmo sexo que são extremamente infelizes com o que veem nos espelho? A pessoa vê a outra, acha bonita e, pelo fato de existir uma maioria sem conteúdo, começa a confabular: ela é fútil, é superficial, é arrogante, é burra, é vadia.
Se existe mulher bonita com tais infames “predicados”? Existem! Mas existem feias também, logo, sem antes ouvir a história da pessoa e conhece-la além do superficialmente, não se pode fazer nenhum juízo negativo de sua personalidade. Isso é grotesco demais. Se o mundo fosse cego, feios ou belos seriam analisados pelo que realmente são e não pela aparência. Simples! Isso faria uma grande diferença nos relacionamentos humanos.
Por um mundo com mais “como você é bem resolvida” e menos “você é muito gata”, por um mundo com mais “que olhar lindo” e menos “que seios lindos”, por um mundo com mais “que sabor delicioso” e menos “isso tem 200 calorias”, por um mundo com mais “surpreendente a beleza e inteligência dela” e menos “nem vou conversar, deve ser fútil demais”. Sei lá, só acho!

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de janeiro de 2015.


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