Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Trauminhas.

Trauminhas.

Eu acho que a vida é justa com as pessoas. Além de ser simples, só que os seres “racionais” a complicam. A vida se encarrega de colocar tudo em seu lugar, mas as pessoas preferem cultivar auto piedade e alguns trauminhas que atravancam com seu progresso.
Exemplo: você não conhece aquela pessoa que sai de um relacionamento ruim ou no qual restou decepcionado e, algum tempo depois, conhece uma pessoa aparentemente super legal?! Mas, daí, o sujeito começa com mil e quinhentos tipos de medo. Fruto da relação ruim anterior ou outros relacionamentos passados.
Medo de se apaixonar e se machucar, medo de sofrer, medo de ser abandonado, medo, medo, medo e outras milhares de desculpas. Transtorno de estresse pós-traumático? Não, é covardia mesmo.
Sabe como que se resolvem traumas? Num divã. Sim, num psicanalista ou num psicólogo. Se autocompreendendo, se perdoando e superando o passado. O tempo? Ah, sempre ajuda, mas o tempo não serve pra nada se você não fizer nada. O que muda algo em você e na sua vida são as suas atitudes, não o decurso dos anos ou das horas.
Ninguém é, num relacionamento amoroso fracassado, totalmente vitima ou totalmente algoz. A gente sempre tem alguns erros e outros acertos, logo, sentir-se vitima do desdém, da traição e da deslealdade alheia de forma a afetar o próprio futuro é masoquismo.
Dê a cada um o que é seu: a quem lhe magoou o desprezo, a quem surge e parece bom, a confiança, o ânimo. E, a você mesmo, a chance de acertar, de fazer diferente, de viver melhor e de ser feliz. Sem ficar lambendo as feridas, porque a vida não vai parar para que elas cicatrizem.
Ou você se trata e segue a vida com destemor ou se resigna a própria infelicidade alegando que “já sofreu demais”. Ora, que coisa mais nojenta! Eu devo ser um ser uma pessoa extremamente teimosa e confiante mesmo.
Desapontei-me horrores, mas nunca, por exemplo, desisti de amar e, quiçá, conhecer alguém realmente afim comigo. Não apenas entre quatro paredes, mas nas vontades, nos gostos, nos desejos, nas predileções e nas metas. Não me considero vitima de nada nem de ninguém. O meu futuro a mim pertence. Se fiz escolhas ruins? Talvez. Se aprendi? Sim. E agora me dou o direito e me imponho o dever de agir diferente, escolher melhor e acertar! Usando a maturidade adquirida com as frustrações do meu ontem.
E, sobretudo, não projeto meus traumas oriundos de pessoas passadas nos novos seres que a vida me apresenta. Entrego-me, conheço e, se acho que vale a pena, persisto e vivo uma grande paixão. Que será eterna e magnifica enquanto durar.
Quem esta ao meu lado, pode sofrer com a minha sinceridade, nunca por ser iludido. Eu deixo claro o que vivi, o que gosto, o que espero e o que penso. Não engano ninguém, mas, também, não deixo de dar-me a conhecer e me dispor a conhecer um ser humano por conta de pessoas que a vida me mostrou que não valiam a pena.
No entanto, vejo, seguidamente, homens infames magoarem boas mulheres que, depois, conhecem homens bons e os fazem sofrer ou os dispensam como se, assim, estivessem evitando sofrimento.
Num mundo em que pessoas de alma boa são raras, num mundo em que virtudes são raras, conhecer uma pessoa afim conosco e legal é uma oportunidade para seguir adiante e aproveitar! Aproveitar a oportunidade e não dispensar a possibilidade de viver algo bom por medo do que não foi bom. E já passou.
Então, meu amigo, tem trauminha? Se trate, pois quem esta desperdiçando vida é você e mais ninguém. E mais, está agindo errado com, quem sabe, seja uma pessoa correta. Não a perfeita, mas mais correta do que aquela que já passou por sua vida.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 14 de janeiro de 2015.


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