Trauminhas.
Eu acho que a
vida é justa com as pessoas. Além de ser simples, só que os seres “racionais” a
complicam. A vida se encarrega de colocar tudo em seu lugar, mas as pessoas
preferem cultivar auto piedade e alguns trauminhas que atravancam com seu progresso.
Exemplo: você não
conhece aquela pessoa que sai de um relacionamento ruim ou no qual restou
decepcionado e, algum tempo depois, conhece uma pessoa aparentemente super
legal?! Mas, daí, o sujeito começa com mil e quinhentos tipos de medo. Fruto da
relação ruim anterior ou outros relacionamentos passados.
Medo de se
apaixonar e se machucar, medo de sofrer, medo de ser abandonado, medo, medo,
medo e outras milhares de desculpas. Transtorno de estresse pós-traumático? Não,
é covardia mesmo.
Sabe como que se
resolvem traumas? Num divã. Sim, num psicanalista ou num psicólogo. Se autocompreendendo,
se perdoando e superando o passado. O tempo? Ah, sempre ajuda, mas o tempo não serve
pra nada se você não fizer nada. O que muda algo em você e na sua vida são as
suas atitudes, não o decurso dos anos ou das horas.
Ninguém é, num
relacionamento amoroso fracassado, totalmente vitima ou totalmente algoz. A gente
sempre tem alguns erros e outros acertos, logo, sentir-se vitima do desdém, da traição
e da deslealdade alheia de forma a afetar o próprio futuro é masoquismo.
Dê a cada um o
que é seu: a quem lhe magoou o desprezo, a quem surge e parece bom, a
confiança, o ânimo. E, a você mesmo, a chance de acertar, de fazer diferente,
de viver melhor e de ser feliz. Sem ficar lambendo as feridas, porque a vida não
vai parar para que elas cicatrizem.
Ou você se trata
e segue a vida com destemor ou se resigna a própria infelicidade alegando que “já
sofreu demais”. Ora, que coisa mais nojenta! Eu devo ser um ser uma pessoa
extremamente teimosa e confiante mesmo.
Desapontei-me
horrores, mas nunca, por exemplo, desisti de amar e, quiçá, conhecer alguém realmente
afim comigo. Não apenas entre quatro paredes, mas nas vontades, nos gostos, nos
desejos, nas predileções e nas metas. Não me considero vitima de nada nem de ninguém.
O meu futuro a mim pertence. Se fiz escolhas ruins? Talvez. Se aprendi? Sim. E agora
me dou o direito e me imponho o dever de agir diferente, escolher melhor e
acertar! Usando a maturidade adquirida com as frustrações do meu ontem.
E, sobretudo, não
projeto meus traumas oriundos de pessoas passadas nos novos seres que a vida me
apresenta. Entrego-me, conheço e, se acho que vale a pena, persisto e vivo uma
grande paixão. Que será eterna e magnifica enquanto durar.
Quem esta ao meu
lado, pode sofrer com a minha sinceridade, nunca por ser iludido. Eu deixo
claro o que vivi, o que gosto, o que espero e o que penso. Não engano ninguém,
mas, também, não deixo de dar-me a conhecer e me dispor a conhecer um ser
humano por conta de pessoas que a vida me mostrou que não valiam a pena.
No entanto,
vejo, seguidamente, homens infames magoarem boas mulheres que, depois, conhecem
homens bons e os fazem sofrer ou os dispensam como se, assim, estivessem
evitando sofrimento.
Num mundo em que
pessoas de alma boa são raras, num mundo em que virtudes são raras, conhecer
uma pessoa afim conosco e legal é uma oportunidade para seguir adiante e
aproveitar! Aproveitar a oportunidade e não dispensar a possibilidade de viver
algo bom por medo do que não foi bom. E já passou.
Então, meu
amigo, tem trauminha? Se trate, pois quem esta desperdiçando vida é você e mais
ninguém. E mais, está agindo errado com, quem sabe, seja uma pessoa correta. Não
a perfeita, mas mais correta do que aquela que já passou por sua vida.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 14
de janeiro de 2015.
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