Obrigações
femininas II.
Sobre a
reportagem criticando o corpo da jornalista Fernanda Gentil que o “R7” (ao que
vi de ontem para hoje) já tirou do ar: Sabe quem é que escreveu aquela reportagem?
Um ser humano estúpido e muito, muito idiota.
Primeiramente, a
repórter que ganha a vida mais pelo que pensa e como se expressa do que pelo
tamanho da bunda, deveria aplicar hidrogel nas coxas e turbinar o traseiro com
silicone para ficar “apresentável”?
Ou, talvez,
deveria deixar de comer carboidrato, “focar” na batata doce e nos grelhados,
além de fazer uma lipoaspiração no abdômen e usar horas do seu corrido dia
malhando para definir o corpinho? Ora, esse é o cúmulo da imprensa idiota que
alimenta leitores idiotas.
Mulher não é
objeto que, para ser bonito, tem que ostentar peitão, bundão e coxão. Mulher é
o que ela pensa, a postura com que vive, a sinceridade com que sente, a competência
que tem, a responsabilidade para com seu trabalho, família e, principalmente, felicidade
intima.
Acredite, a
repórter deve estar se “lixando” para a opinião chauvinista desses homens (e
até mesmo mulheres) que acham que a gente deve ter um corpo para agradar aos
homens, se vestir para agradá-los, ter um cabelo que os agrade e, quiçá, um
cérebro menos utilizável que o deles, para cativar-lhes de ver, afinal, pensar
assusta a muitos.
Meu caro, nem
todo mundo teve os neurônios corroídos pela vaidade e obsessão por corpo sarado
“pró-macho”. Quer saber?! Toda vez que penso em voltar a malhar e leio esses
absurdos eu penso: “Não, vou ficar magra mesmo, não quero ser comum, não
preciso agradar a ninguém. E como tenho preguiça, não vou!”.
A minha vida e o
meu corpo giram em torno do que eu vejo no espelho, do que eu gosto, do que eu
quero. E nisso inclui “trade off”, tipo, prefiro ler a suar, prefiro tomar
cerveja a beber suco, prefiro pizza a salada na sexta à noite, prefiro
churrasco gordo a frango grelhado.
Afinal, o que eu
vou levar dessa vida? Um corpo siliconado e torneado ou boas lembranças do
quanto ri e fui feliz fazendo o que eu gostava? Creio que a segunda opção é
mais provável. Ah, mas e o meu parceiro, meu “amor”? Se quem me “pretender” se
basear só na minha aparência ou desejar mudá-la, então essa pessoa deve correr
léguas de mim. Não me serve.
O dia em que eu
depender de músculos e corpo para ganhar dinheiro, quiçá eu mude de ideia. Mas não
sou garota de programa, “enfeite” de palco de programa de quinta categoria,
atriz pornô e nem tenho baixa autoestima de forma a depender de olhares para me
sentir bem. Enquanto isso, eu sou eu e sou feliz assim. Sugiro que você também
seja.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 21
de janeiro de 2015.
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