Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Longevidade pra que?

Longevidade pra que?

As pessoas gostam tanto de quantidade que seguidamente os “segredos de longevidade” que se ouve são estranhíssimos. Sei lá, eu não sei que graça tem uma vida sem comer carne, sem tomar cerveja ou vinho, sem nunca comer doce e sem fazer sexo.
Certo, quando falo em sexo, falo da boa e velha sacanagem feita com intimidade. Com quem a gente confia, com quem nos respeita, com quem podemos falar sobre tudo e mais um pouco, não dessa coisa descompromissada de “dia sim, quatro dias não”.
E não estou aqui falando do tal de “fazer amor” que eu acho tão absurdo e vulgar que prefiro nem usar tal expressão. Amor a gente vive, não faz. Amor é sentimento. Sexo é sacanagem, despudor e intimidade. Sexo bom, claro.
Aliás, as pessoas não privilegiam muito a intimidade. Não conversam, não se sentem á vontade para se abrirem com seus parceiros e, com certeza, o que fazem não tem a qualidade que poderia ter. Também, esperar o que de gente que prefere o descompromisso? Nada muito diferente.
Eu gosto de ter alguém. E só. Não de ser de vários ou ter vários. Quem tem muitos não tem ninguém, quem é de muitos não é de ninguém. Meu lado romântico, aliado ao meu lado sacana, faz de mim uma pessoa atípica e até incompreendida. Mas não me importo. Ponto.
Enfim, as pessoas querem viver muito, comem pouco, malham muito, bebem quase nada, suam horrores. E, em minha opinião, se divertem pouco, riem pouco, porque não tem como ser feliz sendo tão rígido consigo mesmo, se escravizando em prol de uma saúde que, de repente, nem será necessária ter: vai que você morra atropelado? Adiantou do que não ter colesterol e etc.? Adiantou o que deixar o chopp para “outra hora”?
Não quero com isso fazer apologia a uma “vida louca e desregrada”, quero, isso sim, dizer que a felicidade está na leveza, no meio termo, no saber abrir exceções, na ausência de paranoia. Quem se escraviza em prol da saúde é doente. Da cabeça, no caso.
Detesto aquele papo dos que não curtem refrigerante, sódio, açúcar, álcool, glúten, conservante, carboidrato, gordura. Todo ser humano, no século XXI, sabe bem o que é saudável e o que não é! Ninguém precisa de um fiscal dizendo que isso ou aquilo não fazem bem.
Eu tomo coca zero. Eu sei que não faz bem. Eu adoro tomate com muito sal, eu sei que sódio não faz bem. Eu gosto de carne crua, de picanha “berrando”, de costela gorda, de pizza, de macarronada, de vinho, espumante e cerveja. Eu sei que nada disso é “pró-saúde”.
Mas me faz bem, me faz feliz! Desde criança eu me implico com minha mãe. Ela fuma. Cigarro mata. Quem não sabe?! Todavia, tensão nervosa e estresse também matam, ansiedade mata e, se fumar a faz espairecer e aliviar as tensões?! Deixei, portanto de incomoda-la.
Às vezes duas horas de riso, piada, gargalhada e comida boa podem ser mais saudáveis do que um prato de salada e uma corrida. Sabe por quê? Porque ter uma vida longa, sem riscos e imersa em tédio e “perfeccionismo” pode ser muito pior do que viver menos e se divertir bastante.
Sei lá, não sou exemplo de nada com minhas características hedonistas, mas, uma coisa é certa, pra infeliz, mal humorada e chata eu não sirvo e, quer saber, pra mim está dando certo viver assim! Leve na alma, não no corpo. Alegre, contente e parceira para pecados à mesa e à cama, com quem conquista minha admiração. E meu coração. E meu estomago.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 23 de janeiro de 2015.

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