Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Classe alta, cultura baixa.

Classe alta, cultura baixa.

Pois eu sempre me pergunto, se você tem dinheiro, não é mais fácil adquirir tudo, inclusive cultura? Resignamo-nos a ver jogadores de futebol que ganham milhões, ostentando seus luxos, mudando a aparência, mas sem fazer aulas particulares para aprender o que não aprenderam na escola, por exemplo. Para dizer o mínimo.
Isso sem contar, no ramo “artístico” nacional, os cantores da moda, cujo ápice é pagar bebida pra mulherada conquistada previamente pela sua fama, carro e dinheiro, sem, igualmente conseguir conjugar verbos, ostentando sua vida “chique” e levando a “mercadoria feminina” adquirida para alguma viagem, regada a champanhe.
Não é necessário ir longe, não para quem saiu da “capital do Planalto Médio” no Rio Grande do Sul, 3º maior centro médico do Sul do País e veio parar na “capital nacional do agronegócio”.
Lá, o forte é a medicina e, não apenas uma vez, conheci médicos cujo assunto cerne era os pacientes atendidos no dia, em especial no plantão. E, claro, quanto faturavam com seu trabalho, como se isso fosse suprir a falta de uma “pauta” de assuntos diversificada e culta.
Aqui, no Mato Grosso, o forte é a agricultura e, não raras vezes, se vê situações tragicômicas! O sujeito esbanja dinheiro, toma uísque cujo valor dá para pagar o salário do garçom que lhe serve, anda com camionete nova, viaja para o exterior e (valha-me Deus!), não tem cultura nenhuma, cabeça fechada, mentalidade tacanha.
O tipo que repete conceitos que o sujeito que trabalha de empregado pra ele numa das fazendas que possui também tem. Ah, mas o que há de errado nisso? Dinheiro utilizado para fins pouco nobres em relação a geração futuras, por exemplo. E a presente, ao menos para quem valoriza algo além do que hectares, soja e grana, por exemplo.
Se quem tem acesso a rendimento alto não estuda, não adquire cultura, o que será do mundo? Livros são mais fáceis de comprar, viagens, cursos, tudo, absolutamente toda espécie de cultura que o dinheiro pode facilitar o acesso eles tem, mas não usam. Não usam seu dinheiro para isso.
É “melhor” esbanjar na noite, pegar a “gostosona”, gastar em zona elitizada para variar, pagar bebida para os “amigos” do que usar o mesmo dinheiro para fazer algo que venha a lhe fazer crescer onde falta. No intelecto, na mente, na cultura. Lamentável, enfim.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 30 de janeiro de 2015.

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