Classe alta,
cultura baixa.
Pois eu sempre
me pergunto, se você tem dinheiro, não é mais fácil adquirir tudo, inclusive
cultura? Resignamo-nos a ver jogadores de futebol que ganham milhões,
ostentando seus luxos, mudando a aparência, mas sem fazer aulas particulares
para aprender o que não aprenderam na escola, por exemplo. Para dizer o mínimo.
Isso sem contar,
no ramo “artístico” nacional, os cantores da moda, cujo ápice é pagar bebida
pra mulherada conquistada previamente pela sua fama, carro e dinheiro, sem,
igualmente conseguir conjugar verbos, ostentando sua vida “chique” e levando a “mercadoria
feminina” adquirida para alguma viagem, regada a champanhe.
Não é necessário
ir longe, não para quem saiu da “capital do Planalto Médio” no Rio Grande do
Sul, 3º maior centro médico do Sul do País e veio parar na “capital nacional do
agronegócio”.
Lá, o forte é a
medicina e, não apenas uma vez, conheci médicos cujo assunto cerne era os
pacientes atendidos no dia, em especial no plantão. E, claro, quanto faturavam com
seu trabalho, como se isso fosse suprir a falta de uma “pauta” de assuntos
diversificada e culta.
Aqui, no Mato
Grosso, o forte é a agricultura e, não raras vezes, se vê situações tragicômicas!
O sujeito esbanja dinheiro, toma uísque cujo valor dá para pagar o salário do
garçom que lhe serve, anda com camionete nova, viaja para o exterior e
(valha-me Deus!), não tem cultura nenhuma, cabeça fechada, mentalidade tacanha.
O tipo que
repete conceitos que o sujeito que trabalha de empregado pra ele numa das
fazendas que possui também tem. Ah, mas o que há de errado nisso? Dinheiro utilizado
para fins pouco nobres em relação a geração futuras, por exemplo. E a presente,
ao menos para quem valoriza algo além do que hectares, soja e grana, por exemplo.
Se quem tem
acesso a rendimento alto não estuda, não adquire cultura, o que será do mundo? Livros
são mais fáceis de comprar, viagens, cursos, tudo, absolutamente toda espécie de
cultura que o dinheiro pode facilitar o acesso eles tem, mas não usam. Não usam
seu dinheiro para isso.
É “melhor”
esbanjar na noite, pegar a “gostosona”, gastar em zona elitizada para variar,
pagar bebida para os “amigos” do que usar o mesmo dinheiro para fazer algo que
venha a lhe fazer crescer onde falta. No intelecto, na mente, na cultura. Lamentável,
enfim.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 30
de janeiro de 2015.
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