Demônio.
Assisti por
acaso, há alguns meses, um filme chamado “Demônio” em que algumas pessoas ficam
trancadas num elevador, sendo vitimas do que é, absolutamente inexplicável.
No inicio, me
pareceu esses filmes “passa tempo”, sabe?! Esses que a gente fica assistindo
até encontrar algo melhor. Pois é, até que ele chega ao final e a gente
percebe, que, numa obra cinematográfica barata e simplória, existe uma lição formidável.
Todos os
envolvidos, praticamente, tem entre si alguma ligação, erros em comum. A frase
que me marca é a que diz que “as mentiras que contamos para nós mesmos, nos
aproxima do demônio”. Sai vivo daquele elevador, portanto, quem assumir para si
mesmo, que baseou a sua vida, até então, na aceitação de mentiras contadas para
si mesmo. E, para o mundo, obviamente.
Essas mentiras
que nos fazem seguir adiante sem que nos sintamos tão pequenos, tão vis. Sem que
nos torturemos e, quiçá, ensandeçamos por arrependimento ou culpa. Sei lá,
acredite, isso pode acontecer.
Na vida real, ao
menos de acordo com o que penso, o demônio não virá num elevador nos torturar. Acho
que a gente paga pelos nossos atos, esses sim, não raras vezes demoníacos, de
tão egoístas, errados e, quiçá falsos, neste mundo mesmo. Nesta vida, nesta
esfera galáctica.
Não carecemos
arder no mármore do inferno para que a vida se mostre justa. O mal que fazemos
hoje vem cobrar a nossa conta amanha. Cedo ou tarde. Mas sempre no melhor
momento.
No que diz
respeito as mentiras que o ser humano conta para si mesmo, que a psicanalise
pode chamar de mecanismo de defesa do ego, tenho a dizer que ser sincero
consigo e com todos é, isto sim, o melhor caminho para a nossa redenção e para
a nossa liberdade.
E, tenha em
mente, que ser livre não é estar fora das grades de um presidio, poder ir para
aonde quiser, ser livre é poder olhar-se no espelho sem ter vergonha do que diz
ou faz, ser livre é não construir mais de uma versão de si mesmo. Ser livre, no
fundo, é ser sincero consigo e com o mundo, porque nada nessa vida, aprisiona
mais do que mentiras.
Mentiras escravizam,
verdades libertam. Nesse ponto de vista, apelando à visão cristã, em minha opinião
e mente, posso dizer que as mentiras são o próprio demônio. A divindade está e
reside na verdade. Simples demais? Talvez.
Mas, enfim eu
creio nisso, portanto, não me ajoelho numa igreja todo final de semana ou
semana, mas não faço aos outros o que não desejo para mim. A começar com a tal
da enganação. E, sobretudo, perdoo quem me engana, perdoo, mas não me aproximo,
porque eu posso ser correta, mas não sou hipócrita ou tola.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 26
de janeiro de 2015.
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