Amor e
admiração.
“A gente só ama
o que admira, o resto é confusão mental”. Não dei quem disse, mas concordo. Pelo
que a gente não admira a gente sente atração, simpatia e quiçá uma paixonite
que se realiza bem sobre uma cama. Amor não!
Quando a gente
ama possuímos aquela sutil capacidade de exclamarmos em silêncio: "Ele é
demais! Eu queria ser assim se fosse outra pessoa!". Apenas tal sensação
faz com que você consiga passar anos, quiçá uma vida ao lado de alguém.
Logo, estou a
procura de alguém para admirar, porque existe amor com paixão, mas não paixão
com amor. A gente é que adora uma confusão para nos sentirmos vivos. Isso quando
não nos enganamos e admiramos um ser humano inventado. A vida tem disso,
portanto que vigore o lema: Antes só do que razoavelmente acompanhada.
Sim, eu gosto
muito do fogo da paixão! Mas é o que me restou na vida, vez que não admirei
pessoa alguma por mais do que pouquíssimo tempo. E eu não tenho muita tolerância,
nem sou acomodada o suficiente para quedar-me ao lado de quem não me faz admirar,
não me inspira, não me surpreende de forma positiva.
Não gosto de
homens que se acomodam com o conforto financeiro herdado do pai. Nesses casos,
eu admiro o pai e sinto atração pelo filho. Rola até paixão, não amor. Da mesma
forma, detesto homens acomodados ou aqueles que não selecionam amizades.
Sei lá, o tipo
que é “gente boa”, amigo de todos. Não admiro quem não tem seletividade e não impõe
limites a quem chama de amigo. Da mesma forma, não sou interesseira, mas acho
chato o cara trabalhar e se contentar com pouco dinheiro. Homem com mais de 25
anos dividindo aluguel: rola paixão, não amor.
Da mesma forma,
homem que tomou atitudes drásticas na vida em prol de uma ex. Sei lá, tatuagem
com o nome da donzela, vasectomia antes dos 40, o tipo que se esqueceu da
possibilidade da vida mudar e os sentimentos mudarem também. Muito romantismo e
dramaticidade para pouca vida, não admiro, me anojo.
Da mesma forma
que não admiro os sujeitos que ouvem desaforos de pais e até irmãos e não se impõem,
não curto homem demasiado apegado a politica da boa vizinhança. Gosto de homens
independentes e com sangue quente nas veias. Não admiro os que dependem da opinião
alheia para sentirem-se bem.
Enfim, esse
negocio de admiração é complicado, até mesmo porque muitos homens pintam uma
falsa imagem do que são e de como viveram, nos conquistam por tal imagem e,
depois, descobrimos quem eles realmente são. E nos quedamos meramente
apaixonadas, mas o amor vazou pela janela da realidade. Infeliz realidade, no
caso.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 18
de janeiro de 2015.
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