Na verdade,
metade de mim é amor e a outra metade é impaciência. Existem coisas que não
tolero e, mesmo que ame, eu abdico delas. Não tenho paciência, enfim. Sei dos
meus limites, onde vigora o meu amor próprio.
Gosto de
carinho, afetuosidade e amor. Sou felina. Receber carinho até me faz dormir e
eu dou, dou muito carinho quando acho apropriado. Não divido mais o amor entre
o “verdadeiro” e o corriqueiro. Ora, existe amor de mentira? Eu acho que não.
Existe ilusão de
amor? Existe. Mas, percebemos a ilusão quando deixamos de amar, então, como
dizer que não amamos de verdade? Impossível. Amor é sempre amor. Quem me
conhece um pouco além da superfície e do raso sabe disso.
Faço tudo o que
faço com amor. Do primeiro dia num emprego até o ultimo, da primeira transa até
a que antecede o fim. Não me chame de falsa, apenas compreenda que dar amor em
determinado momento não implica em estar algemada a alguém. Eu tenho meu
arbítrio, sei o que quero e descubro a cada novo relacionamento o que não
quero.
E assim a
seletividade aumenta, mas o amor que coloco em cada doação do meu corpo e da
minha alma, ah, meu amigo, isso é meu e de mim não sai. E nem quero. Essa sou
eu. Ruim para muitos, ótima para quem me faz por merecer.
E sim, eu amei
de verdade todos que passaram pela minha vida. Por alguns minutos, por alguns
anos, se beijei e abracei, eu amei. Nem todos deverão me compreender, mas, para
mim, nada é de mentira, nada é sem coração, nada é sem entrega da alma. Se for
para ser assim, licença, não faço. Não fico. Não minto.
Eu não mensuro o
tempo em horas e minutos. Eu meço intensidade, porque é intensidade que me
define. Se eu gosto, gosto muito, se não gosto, não gosto nada e, ainda, uso
minha capacidade de ser sincera e indelicada a meu favor.
Eu não molho os
pés, eu mergulho e, então, eu decido se fico ou saio da água. Pode ser que eu
saia, mas o mergulho e a vontade de molhar-me inteira foram sinceros. Foram porque
eu quis, não porque a sociedade “cobra”, foram por amor, enfim.
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 11
de janeiro de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.