Eu, a paixão e
outras loucuras.
"Você não
pode ter só a cereja do bolo!". Por quê? Porque a maioria é acomodada e
engole o que quer e o que não quer para contentar quem observa e que, por sua
vez, também deglute o que não lhe contenta o paladar? Francamente?! Sou jovem,
inteligente e feliz demais para isso.
Imatura?! Não
sei, acho que não ou isso não me interessa! Dou-me ao direito de querer o
melhor do bolo, do dia de semana, da vida, das pessoas e dos relacionamentos.
Não me venha com comodismo, com o morno, com o "sempre igual". Não
entre com isso pela porta, pois irei fugir atrás de empolgação pela janela.
Não sei viver o
morno. Gosto do frio e do quente. Não sei viver com emoções medianas, gosto do
intenso, da adrenalina. Não sei viver sem paixão! Ainda não sei! E não quero.
Sou feliz assim. Sou viciada em surpresas, sou viciada no intenso, sou gamada
em olhares, em descobertas, no frio na barriga, na atração fatal e caliente!
Gosto de loucuras, gosto de perigo, gosto de correr riscos!
O cômodo, o
adequado? Dispenso por enquanto. Quero paixão, intensidade, loucura. Não quero
beijos românticos e doces. Não quero "fazer amor", não estou a tal
ponto conformada. Quero sexo com quem me ame, me valorize, me entenda e supra a
minha necessidade de paixão. Quero o melhor da intimidade com quem me faça
apaixonar.
Sou romântica,
sou apaixonada! Quem gosta do cômodo, não fica comigo. Rotina? Gosto. Mas
rotina inebriada de paixão, rotina agitada, rotina que ferve. Não me importo
com sequência de dias. Isso é a vida! O que eu quero é uma sequência criativa,
movimentada.
Não quero o hoje
amável e ativo e amanhã disperso, distraído e cansado. Para mim a vida acaba
quando se torna linear, reta, perfeita. Eu gosto de movimento, de paixão. Sou
avessa ao equilíbrio, gosto mesmo é da loucura. Se for para ser, tem que ser da
melhor forma. Se for para ser, tem que ser intenso.
Mas não confunda:
quando falo avessa ao equilíbrio, me refiro a sequencia de dias mornos e sem paixão.
Não gosto do que, agora é apaixonado, cheio de afeto, palavras bonitas e atos
doces e amanha se distrai, se cala, se esquece do que me fez encantar. Não gosto
de comodismo, não gosto de quem acha que tem tudo, de quem adquire a vã certeza
de que me tem e nunca mais irá perder. Quem acha que me ganhou por completo e,
por isso, esquece-se de me cuidar, me perde.
Se for para ser
tem que cultivar, tem que ter ação, insanidade, criatividade, movimento. Se
não, ah, se não, não é comigo, não será eu! Sou viciada em emoções fortes. E
não vou para a reabilitação ou deixarei de ser quem sou. E eu não quero.
Prefiro a morte!
Cláudia de
Marchi
Sorriso/MT, 07
de janeiro de 2015.
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