Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Olhares, olhares.

 Olhares, olhares.

Eu gosto de olhares, não de olhos. Não me importa a cor do seu olho, me importa a profundidade do seu olhar. Um olhar profundo, tocante, cheio de vida e de ânimo me causa mais inspiração do que um poema do Fernando Pessoa.
Gosto do impacto que um olhar me causa. Gosto de ser olhada por quem me interessa, gosto que olhem no fundo dos meus olhos, gosto de ser observada, analisada, admirada. Por quem eu quero, obviamente, por aquela pessoa cujo olhar me enternece, me ruboriza, mas me extasia, me satisfaz, me preenche.
Ah, eu também gosto de sorrisos! Sorrisos sinceros, sorrisos espontâneos. Não me importam os seus lábios ou a sua boca. O olho e a boca aparentam, o olhar e o sorriso expressam.
E eu gosto de expressões, porque você pode mentir com palavras, mas dificilmente um “eu te amo” estará desacompanhado de um olhar que diga isso e muito mais! De um olhar que diga eu te admiro, eu te referendo, eu te aceito, eu te quero, eu te desejo. Sei lá, mas eu confio mesmo é em olhares.
Tudo que a boca mente o olhar desmente. Seja o ruim, seja o bom. Você pode brigar comigo, dizer que não gosta de mim. O seu olhar vai lhe desdizer. Assim como você pode me jurar amor e devoção. Sem que o seu olhar expresse seu desejo de devotar-me seu coração e atenção, saberei que me engana.
Nada no mundo, nem um corpo escultural, nem a pele mais macia, nem o cabelo mais perfeito, se comparam a beleza de um olhar desejoso de vida, do olhar de quem confia em si, de um olhar de quem não tem medo de viver e de ser quem é. De um olhar de quem se aceita e está aberto para o mundo com a alma destemida.
Eu gosto do olhar das pessoas que confiam em si, daquelas pessoas que quase chegam à nossa alma com a expressão de seu olhar direcionado ao nosso. Eu gosto de olhares que me convencem, que causam em mim, uma estupefação positiva que nem um texto romântico causaria. Eu gosto, pois, de olhares que me fazem sorrir. De olhares que me fazem, simplesmente, sentir.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 16 de janeiro de 2015.


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